Cantoneiros e condutores da higiene urbana da Câmara Municipal de Lisboa (CML) realizam entre esta segunda-feira e sexta-feira uma greve parcial por melhores condições de trabalho, que registou uma adesão de 76% dos trabalhadores ao primeiro período, segundo o sindicato.

A greve, que decorre até sexta-feira, realiza-se às primeiras duas horas de cada um dos três turnos de trabalhadores: entre as 6h00 e as 8h00, entre as 13h00 e as 15h00 e entre as 23h00 e a 1h00.

É também uma greve alternada, já que esta segunda-feira e quarta-feira farão greve os cantoneiros, na terça e na quinta-feira os condutores e na sexta-feira ambas as categorias profissionais.

Segundo Luís Dias, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), a adesão à paralisação no primeiro turno desta segunda-feira, entre as 6h00 e as 8h00, foi de 76% dos cantoneiros.

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A decisão de realizar esta greve deve-se à falta de respostas por parte da câmara às propostas dos trabalhardes num caderno reivindicativo apresentado à CML em maio de 2022, de acordo com o sindicalista.

Luís Dias sublinhou que “as negociações com a Câmara ainda decorrem, o processo negocial ainda não está fechado, pelo que a manutenção da greve depende das negociações“.

Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem a abertura urgente de todos os espaços de toma de refeições nas instalações da higiene urbana, encerrados em 2020 durante a pandemia, e que a CML apenas pretende reabrir no final do ano.

Os trabalhadores consideram que estes espaços devem ser abertos ainda em julho, “mesmo que a CML continue a avaliar soluções mais definitivas e duradouras”, tendo em conta que “lhes é exigido um esforço extraordinário nos próximos meses de julho e de agosto decorrente da Jornada Mundial da Juventude”.

Os trabalhadores pretendem ainda melhorias nas “condições de trabalho no campo da manutenção e conservação do edificado, assumindo opções de fundo sobre as velhas instalações como a dos Olivais, Filipe de Mata ou Boavista, para além dos vazadouros que não reúnem condições mínimas de saúde, higiene e segurança no trabalho”.

“A CML apresenta um plano de melhorias não estruturais (de conservação) no valor de 500 mil euros para várias instalações da higiene urbana, apontando o último trimestre deste ano para o seu início. Contudo, sobre as decisões de caráter estrutural, apenas referem a intenção em reabilitar em 2024 o posto de limpeza de Telheiras, o que consideramos insuficiente”, realçou, numa nota, o STML.

Pretendem ainda o fim dos “castigos informais” e do “assédio laboral que se verifica em alguns locais de trabalho da higiene urbana”, realização de formação profissional abrangendo todos os trabalhadores, nova organização dos circuitos de remoção de resíduos, “de forma a pôr termo aos desequilíbrios atuais”, escalas “equitativas, justas e transparentes”, melhor conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar e que os trabalhadores acidentados só regressem ao trabalho depois de totalmente recuperados.

Ainda segundo o sindicato, a CML propõe iniciar em setembro o período de gozo das folgas acumuladas, “que se estenderá por dois a três anos”, mas o STML avalia esta solução como “muito precária, considerando que este problema deve estar resolvido durante o ano de 2024, avaliando outros mecanismos para a sua resolução se necessário”.