Não são muitas as modalidades que se podem “gabar” de ter conquistado medalhas por Portugal nas três edições dos Jogos Europeus entre Baku (2015), Minsk (2019) e agora Cracóvia-Malopolska. Algumas porque não competiram em algum dos certames, como o atletismo em 2015, outras porque não conseguiram repetir o sucesso que alcançaram algures numa das competições. Assim, e até este momento, a canoagem era a única a conseguir alcançar o feito mas havia outra com uma palavra a dizer neste “particular”. E não falhou, provando que também no ténis de mesa a tradição ainda é o que era antes de chegar a prova por equipas.

Mais uma medalha garantida: Marcos Freitas vence Alexis Lebrun e está na final de ténis de mesa dos Jogos Europeus

“Sei que é uma prova muito difícil mas fiz uma boa preparação. Gostaria de levar uma medalha para casa. Em Baku-2015 conseguimos o primeiro lugar [por equipas] e em Minsk-2019 o terceiro [também por equipas]. Espero que o ténis de mesa continue a tradição e ganhe medalha”, destacara Marcos Freitas na antecâmara das decisões no quadro de singulares, sendo o único “resistente” em prova depois da eliminação de Fu Yu nos quartos frente a Xiaoxin Yan, do Mónaco, que impediu que pudesse defender o título de 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mais uma vez, Marcos Freitas, experiente jogador de 35 anos que chegou a ser o sétimo melhor do mundo, superou o facto de jogar contra um atleta do top 50 do ranking mundial (o madeirense ocupa nesta fase a 62.ª posição, 60.ª no início destes Jogos Europeus antes de nova atualização) e conseguiu apurar-se para a final após vencer o francês Alexis Lebrun por 4-2 (11-9, 7-11, 8-11, 12-10, 11-8 e 11-6), garantindo logo uma medalha – e a tal tradição do ténis de mesa em Jogos Europeus – e podendo agora lugar pelo ouro com o irmão do gaulês, Felix Lebrun, 31.º do ranking que bateu nas meias o croata croata Andrej Gacina.

O encontro final voltou a ser muito disputado, com o português a começar na frente (11-9), a permitir a reviravolta do gaulês (5-11 e 5-11), a voltar de novo para o comando (11-4 e 11-6) e a ceder novo empate (2-11) que levou tudo para o sétimo e decisivo parcial, ganho por Felix Lebrun por 13-11 depois de Marcos Freitas conseguir recuperar de uma desvantagem de 3-0, estar a ganhar por 9-7 e salvar dois match points.

Antes, Marcos Freitas começou por bater o sérvio Dimitrije Levajac por 4-0 (11-9, 11-7, 11-3 e 11-8), seguindo-se a vitória que acabou por ser mais complicado do que aparentava no início contra o croata Tomislav Pucar por 4-2 (11-9, 11-7, 11-7, 7-11, 9-11 e 11-1). Nos oitavos, o madeirense conseguiu arrancar o triunfo mais difícil diante do cotado sueco Kristian Karlsson por 4-3 (7-11, 6-11, 13-11, 6-11, 11-5, 11-8 e 11-9), antes de ganhar nos quartos ao esloveno Darko Jorgic, 14.º do mundo, por 4-2 (11-9, 11-7, 11-9, 8-11, 11-13 e 11-4).

Mais uma medalha nos Jogos Europeus: Portugal é bronze no ténis de mesa por equipas

No final do dia que trouxe mais pódios para as cores nacionais, Portugal passa assim a ter um total de 13 medalhas depois dos ouros de Messias Baptista e de Kevin Santos/Teresa Portela na canoagem e de Auriol Dongmo no atletismo; das pratas de Isaac Nader e João Coelho no atletismo, de Gonçalo Noites e Matilde Rodrigues no muaythai, de Fernando Pimenta na canoagem e de Migue Frazão na esgrima; e dos bronze de Francisca Laia na canoagem, Ana Cruz no karaté e Afonso Fazendeiro/Miguel Oliveira no padel.