A taxa de inflação homóloga em Portugal baixou em junho, pelo oitavo mês consecutivo. A leitura principal da inflação, que inclui todos os produtos, baixou de 4% em maio para 3,4% em junho, segundo a primeira estimativa divulgada esta sexta-feira pelo INE. Porém, a chamada inflação core (subjacente), que exclui os preços (mais voláteis) da energia e dos alimentos não-processados, mantém-se acima de 5% – e é sobretudo para esta leitura da inflação que o BCE está a olhar para decidir sobre as taxas de juro.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) adiantou esta sexta-feira, 30 de junho, que a primeira estimativa para a inflação de junho aponta para uma desaceleração do ritmo de aumento anual dos preços, em linha com o que tem acontecido nos últimos meses e, já em junho, em outros países como Espanha. No entanto, segundo o INE o índice que mede a inflação em cadeia – ou seja, em comparação com o mês anterior (e não face ao período homólogo) subiu 0,2%, ao passo que no mês anterior a tendência tinha sido de descida.

Em Portugal, “tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 3,4% em junho de 2023, taxa inferior em 0,6 pontos percentuais à observada no mês anterior” e o valor mais baixo desde janeiro de 2022. O INE diz que “esta desaceleração continua a ser em parte explicada pelo efeito de base, resultante do aumento de preços dos combustíveis verificado em junho de 2022“.

A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -18,8% (-15,5% no mês precedente) e o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá desacelerado para 8,5% (8,9% em maio)”, nota o INE.

Porém, o INE sublinha que “o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 5,2% (5,4% no mês precedente)”. Ou seja, o indicador que espelha melhor até que ponto estão generalizadas na economia as pressões inflacionistas está a baixar mais devagar e continua num nível que é superior a duas vezes e meia o objetivo da política monetária na zona euro.

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O INE acrescenta que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que serve para comparações europeias, terá registado uma variação homóloga de 4,7% (5,4% no mês precedente). Os dados definitivos referentes ao IPC do mês de junho de 2023 serão publicados no próximo dia 12 de julho, acrescenta o INE.

Taxa de inflação homóloga recua em junho para 5,5% na zona euro

A taxa de inflação homóloga na zona euro recuou, em junho, para os 5,5%, contra os 6,1% em maio, segundo uma estimativa rápida publicada pelo Eurostat.

A componente da alimentação, álcool e tabaco é a que deverá registar a maior taxa de inflação homóloga (11,7%, face aos 12,5% de maio), seguindo-se a dos bens industriais não energéticos (5,5%, que se compara com 5,8%), dos serviços (que subiu de 5,0% para os 5,4% de maio para junho), e da energia (-5,6% face aos -1,8% em maio).

A inflação homóloga na zona euro recua há três meses consecutivos.