Um conjunto de pessoas ligadas à aquacultura propôs mais de 60 ações para transformar o setor em Portugal, onde se incluem incentivos fiscais, investimentos e novas formas de comunicação.

Representantes de empresas, investigadores e outros atores ligados à aquacultura em Portugal reuniram-se no evento “World Café – A Aquacultura para o Futuro que Queremos“, que decorreu na Escola de Hotelaria de Setúbal.

Deste encontro saíram mais de 60 ações para impulsionar a sustentabilidade, a competitividade e a diversidade do setor, que foram esta quinta-feira divulgadas, num comunicado conjunto da Associação Portuguesa de Aquacultores (APA), o laboratório colaborativo CoLAB+Atlantic, o B2E – Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul, o Fórum Oceano, a organização GreenCoLab e a instituição S2AQUAcoLAB.

No que se refere à sustentabilidade, desempenho ambiental e económico, saúde e bem-estar animal, as ações que recolheram mais votos foram a criação de incentivos ficais para a adoção de recursos mais verdes e para as empresas cumpridoras, a aposta em ingredientes mais sustentáveis e locais nas rações, bem como alargar a comunicação sobre modos de produção e origem do produto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em matéria de licenciamento, ordenamento do território e quadro regulamentar e administrativo, é proposta a criação de um organismo interlocutor para apoiar as empresas, a capacitação dos recursos humanos e técnicos das entidades públicas responsáveis pelo licenciamento, bem como o ordenamento do território para uma melhor cauterização das áreas de produção com relação à dimensão do investimento.

Em termos do investimento, diversificação, competitividade, certificação e valor acrescentado, o setor defende investimentos em estudos de mercado e na transformação, nomeadamente na filetagem, embalagem e apresentação.

Por sua vez, no que diz respeito à comunicação e aceitação social é recomendado que se coloquem conteúdos didáticos sobre a aquacultura nas escolas, que sejam criados rótulos com mais informação e uma maior aposta na comunicação mediática.

Já na área da ciência e inovação, o setor quer que seja criada uma base de dados que fomente parcerias entre instituições de investigação e desenvolvimento e a indústria, que sejam realizadas visitas técnicas de investigadores às instalações de aquacultura e realizados seminários e congressos para divulgar resultados junto da academia, instituições e indústria.

Os resultados refletem o compromisso dos diversos atores do setor de aquacultura portuguesa em impulsionar a sustentabilidade e a competitividade e serão integrados num documento mais abrangente sobre o momento atual do setor, não só na perspetiva dos produtores, mas contando também com a perceção dos governantes, consumidores, grande público, comunidade científica e associações ambientalistas”, lê-se na mesma nota.