Não é uma situação nova. O caos voltou esta quinta-feira ao Parlamento do Kosovo, depois de um deputado da oposição ter atirado água contra o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, escreve o Guardian. O ataque aconteceu quando Kurti falava sobre medidas do governo para acalmar as tensões na zona norte do país, onde se concentra a minoria sérvia.
De seguida, o mesmo deputado atirou água também a um colega do partido do primeiro-ministro, tendo-se instalado o caos no centro do hemiciclo, com vários deputados a trocarem agressões e a lançarem objetos.
Tuča u kosovskoj skupštini
Sound on ???? pic.twitter.com/2H6FjCoM9n
— Александар Шљука (@sljuka11) July 13, 2023
Já antes a tensão no Parlamento tinha aumentado, quando a oposição colocou no púlpito uma montagem que mostrava o primeiro-ministro com nariz de Pinóquio. Foi depois de esta imagem ter sido retirada, e rasgada por um deputado do partido de Kurti, que o deputado da oposição se levantou e atacou com água o primeiro ministro, que estava a discursar. Kurti acabaria por ser escoltado para fora do parlamento.
Em causa está a atuação do governo na problemática zona de maioria sérvia, no norte do país. Esta quarta-feira, Kurti tinha anunciado que iria reduzir o número de elementos das forças especiais da polícia destacados para garantir a segurança de quatro edifícios municipais em áreas de maioria étnica sérvia e realizaria novas eleições locais em quatro cidades da região.
Tensão mantém-se no norte do Kosovo depois de confrontos na segunda-feira
O maior partido da oposição, nacionalista albanês, contesta a diminuição da presença policial na zona, acusando o governo kosovar de ter recuado e comprometido a sua posição internacional.
Os sérvios, que são a maioria da população no norte do Kosovo, não reconhecem a autoridade dos autarcas da maioria albanesa eleitos nas eleições locais realizadas em abril. Por isso, boicotaram os resultados numa eleições que tiveram uma participação de apenas 3%.
Desde aí que a violência tem aumentado, com os sérvios a exigirem a saída dos autarcas eleitos dos edifícios municipais, protegidos desde então por forças especiais enviadas pelo governo e pelas forças da NATO que ainda se encontram na região.