O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira uma resolução que permite lançar concursos ou adequar a subida de preços dos contratos sem que as entidades promotoras tenham de esperar pela resposta de Bruxelas à proposta de reprogramação do PRR.

O anúncio foi feito pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que precisou que esta resolução “permite fazer uma programação plurianual de despesas no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para que, enquanto decorre a apreciação da reprogramação (…), as instituições que veem um acréscimo de custos nas suas obras possam andar com os processos e acelerar a execução do PRR”.

Desta forma, detalhou a governante, o que a resolução faz é assumir esse valor do aumento dos custos que estão na proposta de reprogramação, assegurando a capacidade de despesa para que entidades como os municípios, que têm obra por lançar, não precisem de aguardar a fase final da reprogramação.

“É um instrumento que antecipa a capacidade de ou se abrirem concursos ou se adequarem contratos aos novos preços”, disse, acrescentado tratar-se de “mais uma medida” inserida “no esforço” que tem sido feito para acelerar os investimentos do PRR, neste caso as atualizações de preços que decorrem do aumento de custos.

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“O que fazemos é, no fundo, antecipar, dando mais margem ao conjunto das instituições, sejam elas câmaras municipais, IPSS ou empresas, que têm obras no terreno e que precisam de as acelerar, em função do aumento de custos”, sem terem de aguardar pela resposta da Comissão Europeia (CE) à proposta de reprogramação do PRR apresentada por Portugal.

No final de maio, Portugal submeteu uma proposta de reprogramação do PRR a Bruxelas, cuja dotação ultrapassa os 22.000 milhões de euros.

Com a reprogramação, Portugal passará a contar com mais 41 medidas, 11 reformas e 30 investimentos.

O montante total do PRR (16.644 milhões de euros — valor inicial), gerido pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, está dividido pelas suas três dimensões estruturantes — resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros).

Este plano, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.