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Comecemos por boas notícias. Ao contrário do que se chegou a pensar, a internacional inglesa, Keira Walsh, não rompeu o ligamento cruzado anterior. No entanto, a centrocampista do Barcelona continua afastada das opções de Sarina Wiegman e não viajou com a equipa para Adelaide, na Austrália, onde as lionesses defrontavam a China no último jogo do grupo D. Ainda assim, a selecionadora da Inglaterra não revelou qual o problema da jogadora.

Lauren James foi ao Mundial promover o negócio de família: Inglaterra vence Dinamarca e fica muito perto dos oitavos

“Não posso dar mais informações. Estamos focadas apenas no jogo desta terça-feira. Depois disso vamos continuar”, disse Sarina Wiegman. “Temos uma equipa bastante forte. A cada jogo queremos estar no nosso melhor. Sabemos que a Keira não está disponível. Tínhamos um grupo de 23 jogadoras, então agora temos um grupo de 22. Temos as nossas soluções e vamos mostrar isso”.

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A opção da treinadora de nacionalidade neerlandesa para substituir Walsh acabou por recair sobre Katie Zelem que somou os primeiro minutos no Mundial. Contra a China, que venceu Haiti a com menos uma jogadora em campo, só um descalabro podia levar a Inglaterra a ficar fora dos oitavos.

Os segredos daquela garrafa estavam escritos a tinta da China: Haiti voltou a sofrer de penálti e ainda espera por primeiro golo no Mundial

O melhor antídoto para evitar uma potencial tragédia passava por entrar bem no encontro. Assim, Alessia Russo (4′) marcou logo a abrir o seu primeiro golo em Mundiais. Apesar da China ter a jogadora mais cotada, Wang Shuang, de volta ao onze inicial, as Rosas de Aço não conseguiram nenhum tipo de manifestação ofensiva na fase inicial da partida.

A Inglaterra continuavam a realizar a melhor exibição no Campeonato do Mundo, com um volume ofensivo assinalável acompanhado de muitas oportunidades de golo. Em mais uma chegada à frente, num raro lance de contra-ataque, Lauren James desmarcou Lauren Hemp (26′) que, com um domínio sublime com a parte exterior do pé, tornou fácil a finalização. Pela primeira vez nesta edição do Mundial, a Inglaterra marcou mais do que um golo no mesmo jogo e mais ainda estavam para vir.

A enxurrada continuava. Lucy Bronze foi ao ataque cabecear ao poste, mas as Lionesses teriam oportunidades para corrigir. Num livre lateral batido de forma curta, Lauren James (41′) viu-se solta de marcação à entrada da área e, aproveitando o bloqueio de Lucy Bronze às defensoras,  finalizou de fora de área. A jogadora do Chelsea este em destaque logo a seguir ao marcar novo golo. Desta vez, a presença de Lucy Bronze levou a que o remate de meia-distância fosse anulado.

Inesperadamente, o golo da China acabou por chegar. Depois de um primeiro lance em que as asiáticas causaram muito perigo, no canto consequente, a bola acabou por bater na mão de Lucy Bronze. Após consultar o VAR, a árbitra assinalou grande penalidade e Wang Shuang (57′) não vacilou. Este foi um mero aparte naquele que foi o domínio inglês. Lauren James (65′) respondeu a um cruzamento de Jess Carter e bisou.

Quando não era o talento das inglesas a vir ao de cima, era a própria China a dar tiros nos pés. Uma bola longa nas costas da defesa foi mal abordada pela guarda-redes chinesa, Zhu Yu, que deixou a bola ao dispor de Chloe Kelly (77′) para mais um golo inglês. O 6-1 só ficaria fechado quando Rachel Daly (84′) aproveitou uma carambola na área.

A pérola

  • Seria difícil para Sarina Wiegman não dar nova titularidade a Lauren James depois de a jogadora do Chelsea ter dado a vitória contra a Dinamarca. No entanto, as soluções para a frente de ataque da Inglaterra são tantas que foi necessária alguma ginástica para conciliar todos os grandes nomes que as lionesses têm na frente. Com a equipa a organizar-se em 3x4x3, James, mesmo que partindo do corredor esquerdo, procurou o espaço central e conseguiu associar-se com a dupla do meio-campo, Georgia Stanway e Katie Zelem, e com a ponta de lança, Alessia Russo. Deixou o relvado aos 77 minutos com dois golos e três assistências.

O joker

  • Lauren Hemp não tem sido indiscutível no onze, mas a influência que teve neste jogo tornou a Inglaterra num autêntico pau de dois bicos. Se James causou pânico à defesa a partir da esquerda, Hemp fez o mesmo a partir da direita num estilo de jogo muito semelhante ao da companheira de ataque.

A sentença

  • Com três vitórias em três jogos, a Inglaterra garantiu o primeiro lugar do grupo D. Nos oitavos de final, as campeãs da Europa já sabem que vão ter pela frente a Nigéria. Quanto à China, finalista em 1999, falha pela primeira vez a fase a eliminar da competição, contando apenas edições em que se apurou.

A mentira

  • Ao contrário do que pode ter feito parecer, Lucy Bronze não é guarda-redes. A lateral fez o papel de Mary Earps no lance que valeu o golo à China. A guarda-redes ficou furiosa por ter sofrido pela primeira vez no Mundial. No geral, Bronze falhou nos detalhes. Atirou ao poste quando podia ter marcado e impediu que Lauren James chegasse ao hat-trick.