O incêndio que deflagrou esta sexta-feira em Castelo Branco provocou seis feridos ligeiros, um dos quais um civil, afirmou este sábado o Comando Regional de Proteção Civil do Centro. “O incêndio que lavra em Castelo Branco e Proença-a-Nova continua ativo com quatro frentes com bastantes projeções e a estimativa da área ardida está nos 6.200 hectares”, referiu o segundo Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Centro, Jody Rato. Este fogo que obrigou ao corte do IC 8 é o que mobiliza mais meios em Portugal Continental, tendo sido combatido por mais de 1.000 operacionais ao longo de sábado, para além de meios aéreos.

O incêndio deflagrou na tarde de sexta-feira, na localidade de Carrascal, Santo André das Tojeiras, concelho de Castelo Branco, e progrediu para o concelho vizinho de Proença-a-Nova. Neste momento, segundo o comandante Jody Rato, “há aldeias confinadas” e “outras onde houve uma retirada temporária da população”. “O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assistiu até agora quatro pessoas e há seis feridos ligeiros, um civil e os restantes são operacionais”, sublinhou.

Questionado sobre a estratégia a seguir para o período da noite, o responsável explicou que “vai ser um combate difícil” que passa “pela consolidação das áreas ardidas (para evitar reativações)” e na aposta de um “combate indireto”, com recurso às máquinas de rasto, com as quais se tem “conseguido algum sucesso”. “É um incêndio muito difícil. Devido à intensidade e severidade temos privilegiado o combate indireto com máquinas de rasto. Prevemos ainda alguns dias de trabalho, seja na extinção ou na consolidação e rescaldo”, sustentou.

À hora do ‘briefing’, o incêndio mobilizava 1.106 operacionais, apoiados por 376 veículos, 11 meios aéreos e 16 máquinas de rasto.

O incêndio que deflagrou na sexta-feira, em Castelo Branco, registava uma área ardida de mais 6.000 hectares naquele concelho e em Proença-Nova, segundo o balanço feito ao início da tarde de pelo Comando Regional de Proteção Civil do Centro. O Itinerário Complementar 8 e a Estrada Nacional 233 estavam fechadas ao trânsito às 17:55, no concelho de Proença-a-Nova, informou a GNR.

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Segundo informação dada à agência Lusa pelo capitão Marco Ferreira, do Comando Territorial de Castelo Branco da GNR, às 17:55, o IC8 estava interdito ao trânsito entre o nó Proença Sul e o nó da Pedra do Altar. “A alternativa faz-se pela Estrada Nacional 241, entre Proença-a-Nova e Perdigão”, disse.

A Estrada Nacional 233 está também interdita ao trânsito entre a catraia Cimeira e a Cerejeira, sendo que nesta estrada não existe via alternativa.

O incêndio já consumiu uma área de 6.000 hectares. No entanto, espera-se que o balanço final seja bastante pior. “É uma área reduzida para aquilo que é o potencial deste incêndio”, alertou, ao início da tarde deste sábado, o segundo Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Centro, Jody Rato, que falava aos jornalistas num ‘briefing’ sobre o ponto de situação.

Portugal pediu quatro aviões a Espanha para ajudar no incêndio

Ao Observador, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, adianta que foram pedidos a Espanha quatro aviões anfíbios Canadir para ajudar no combate às chamas. “O incêndio está a ser influenciado pelo vento, a orografia é de alguma dificuldade, o combustível bastante seco e as temperaturas bastante elevadas”, o resulta na “incapacidade de supressão do incêndio”, disse o responsável, acrescentando que o incêndio “se está a desenvolver numa zona com diversas pequenas localidades”, o que obriga as pessoas a adotarem medidas de autoproteção. Entre as localidades na linha do fogo, e que geram mais preocupação, estão Moitas, Pedra do Altar e Pergulho.

O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, adiantou à Lusa, na manhã deste sábado, que, no concelho de Castelo Branco, grande parte do perímetro “está em fase de rescaldo”, mantendo-se uma zona com uma frente ativa e que ainda motiva preocupação.

Um avião que participava no combate a este incêndio sofreu na sexta-feira à tarde danos materiais durante uma amaragem, na barragem da Pracana, tendo o piloto saído ileso, informou a Proteção Civil. A barragem de Pracana está implantada sobre o rio Ocreza na foz da ribeira da Pracana neste rio, localizando-se entre os municípios de Mação (distrito de Santarém) e de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco.

Administração Interna ativou os mecanismos de cooperação ibérica

José Luís Carneiro avançou na manhã de sábado que foram ativados os mecanismos de cooperação Ibérica: “Tomamos também a decisão de ativar os mecanismos de cooperação ibérica”, conta. “Ativamos esse mecanismo para que todos os meios que temos ao nosso alcance possam debelar tão depressa quanto possível este incêndio que começou a lavrar ontem à tarde.”

“Entre ontem [quinta-feira] e até segunda-feira há um reforço de meios do dispositivo especial de combate aos incêndios rurais que estão pré-posicionados no país em função daquelas que são a ameaças”, disse o ministro da Administração Interna.

Falando aos jornalistas, desta vez no Parque Eduardo VII, em Lisboa, onde decorria JMJ, o ministro alertou que, até este domingo, se prevê “um aumento significativo das temperaturas”. “Podemos ultrapassar os 45.º graus em determinadas regiões do país, nomeadamente na região Centro, e é muito importante que todos procurem ter comportamentos cuidados, nomeadamente no uso do fogo e na utilização de máquinas agrícolas para evitar ignições”, apelou.