A TAP registou lucros de 22,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que compara com prejuízos de 202,1 milhões de euros um ano antes, anunciou a companhia aérea.

Segundo esse comunicado, “é a primeira vez que a companhia regista resultados positivos nos primeiros seis meses de um ano, desde que os resultados semestrais são publicados (2019)”.

As receitas operacionais atingiram 1,9 mil milhões de euros, um aumento de 600 milhões ou 44,3% e os custos operacionais aumentaram 35% para 1,7 mil milhões, o que permitiu que o EBITDA (rentabilidade operacional) da TAP SA recorrente (sem efeitos extraordinários) ficasse nos 361,7 milhões de euros. Em comunicado a transportadora nacional diz que “os resultados operacionais do primeiro semestre evidenciam um desempenho excecional das métricas financeiras e comerciais durante o primeiro semestre”.

Considerando apenas o segundo trimestre, a TAP lucrou 80,3 milhões em três meses.

Estes dados foram divulgados através de um comunicado às redações da empresa, uma vez que deixou de estar obrigada a fazê-lo junto da CMVM. O empréstimo obrigacionista que a amarrava às regras do Código de Valores Mobiliários foi reembolsado, em 200 milhões, este ano. Aliás, a empresa diz, em relação ao empréstimo, que apesar da saída do dinheiro desse reembolso “a TAP mantém uma posição de liquidez forte de 899,7 milhões”. A dívida financeira é hoje de 2,5 vezes o EBITDA, quando no final de 2022 estava nos 3,5. A Lufthansa terminou o semestre com um rácio de dívida ajustada/EBITDA ajustado de 1,7, quando em dezembro estava nos 2,3. E A IAG, que detém a Iberia, estava com 1,5 no final do primeiro semestre.  Já a Air France/KLM ficou com um rácio de 1,2 vezes.

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A TAP reforça este seu rácio, dizendo que “demonstra a gestão financeira disciplinada e a tomada de decisões prudentes da TAP, proporcionando também segurança aos investidores”.

Citado no comunicado, Luís Rodrigues, presidente da TAP, realça ainda “as margens operacionais e o trajeto de desalavancagem acima das metas do plano de reestruturação” que, acrescenta, “provam a sustentabilidade financeira do grupo num momento crítico da nossa história”. O processo de privatização da transportadora vai avançar este ano, depois de concluídas as avaliações que estão a ser feitas a pedido da Parpública. O processo deverá ficar concluído em 2024.

No primeiro semestre foram transportados 7,6 milhões de passageiros, um aumento de 30,2%, atingindo 96% do valor de 2019. O rácio da receita de passageiros pelo total de lugares quilómetros disponíveis (PRASK) foi de 6,86 cêntimos, aumentando 22,6%. Sem combustíveis, o custo por passageiro dividido pelos lugares-quilómetros (CASK) disponíveis foi de 4,95 cêntimos, o que aumenta para 7,12 com combustíveis.

No caso da Air France/KLM o PRASK foi de 7,87 cêntimos enquanto o CASK foi de 8,31. No caso da Lufthansa, que divulga o RASK (receita por lugares/quilómetros disponíveis) foi de 9,5, enquanto o custo sem combustíveis foi de 6,6. E o grupo IAG teve uma PRASK de 7,65 e um CASK de 8 cêntimos.

Para o futuro, Luís Rodrigues, no comunicado, indica que “a procura continua forte com as reservas para os próximos trimestres a atingirem valores consideráveis, indiciando um segundo semestre intenso para o qual a TAP estará preparada.”

Fonte: TAP