O grande derrotado da sexta etapa foi Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step). Pior do que o tempo perdido na subida a Javalambre que parece que causou mossa em toda a gente menos à Jumbo-Visma foi a impossibilidade de o defensor do título não poder responder logo na corrida seguinte pelo facto do traçado ser favorável para uma chegada ao sprint. “Não senti que estava a dar tudo, ia mais num ritmo controlado, mas simplesmente não conseguia ultrapassar esse limite. Há dias assim e foi a minha vez de não ter as melhores pernas”, disse o belga no rescaldo à subida ao Pico del Buitre.

Na geral, apesar de tudo, Evenepoel manteve-se à frente da concorrência direta, muito embora tenha perdido tempo para quase todos os rivais, em especial para Vingegaard e Roglic. Entre os 32 segundos que separaram Evenepoel e os líderes da Jumbo-Visma, chegou também João Almeida que, mesmo tendo quebrado, não teve uma cedência irremediável.

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Pelo menos durante os 200,8 quilómetros entre Utiel e Oliva, o francês Lenny Martinez (Groupama-FDJ) ia usar a camisola vermelha, sendo pouco expectável que perdesse a liderança. O jovem de 20 anos tornou-se no mais jovem líder da Vuelta ao terminar em segundo no Pico del Buitre apenas atrás de Sepp Kuss (Jumbo-Visma).

“É incrível para mim. Tinha em mente no início da corrida que seria incrível poder assumir a liderança e isso aconteceu. Agradecer à minha equipa, trabalharam muito por mim na fuga. Estou muito contente. Mudámos os nossos planos, porque tínhamos uma grande vantagem no final da última subida. Foi graças ao Rudy Molard e Michael Storer que rodaram muito bem o dia todo para ganhar vantagem suficiente na classificação geral e depois lutar pela vitória na etapa e pela camisola. Eles sacrificaram-se e quero agradecer-lhes. Estou muito feliz por ter esta camisola, foi uma corrida em equipa. Ainda não consigo entender o que está a acontecer comigo. É uma grande corrida e também me faz pensar na minha família espanhola”, disse Lenny Martinez no final da corrida desta quinta-feira.

Apesar da etapa sete ser ideal para os sprinters, houve quem tentasse ganhá-la através da fuga. Ao contrário do que aconteceu na quinta-feira, em que 42 ciclistas chegaram a integrar o grupo da frente, desta vez foram apenas dois os participantes na fuga: José Herrada (Cofidis) e Ander Okamika (Burgos-BH). 

Geraint Thomas (Ineos Grenadiers) teve um dia penoso. Uma queda fez o britânico atrasar-se em relação ao pelotão. Apesar de ter recuperado a posição graças à ajuda dos colegas de equipa, o vencedor do Tour em 2018, que já tinha caído durante a Volta a Espanha num acidente que também envolveu Roglic, foi forçado a parar para receber tratamento médico. 

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No dia em que, de acordo com dados levantados pela plataforma Pro Cycling Stats, Nelson Oliveira (Movistar) participou na milésima corrida da carreira, a Soudal Quick-Step liderava o grupo principal para tentar dar a Kaden Groves a terceira vitória na Vuelta deste ano. A corrida continha um sprint intermédio a 34 quilómetros do fim, o que podia animar a etapa. Afinal, os pontos para os velocistas e as bonificações tinham pretendentes diferentes, logo podia-se instalar alguma confusão.

A faltarem 70 quilómetros,  José Herrada foi apanhado, sendo que Ander Okmamika seguiu a solo, mas também sem sucesso. No sprint intermédio, Kaden Groves passou em primeiro lugar e somou 20 pontos na luta pela camisola verde. Jonas Vingegaard foi terceiro, conseguindo dois segundos de bonificação.

Para a ponta final da corrida, era preciso ter em conta que as preparações dos sprints têm levado a muitos acidentes nesta Vuelta. Sepp Kuss viu-se envolvido num que levou vário corredores ao chão. Tudo isto antes da curva a noventa graus a poucos metros da meta que tanta preocupação vinha levantando na antevisão da etapa. Uma boa jogada de bowling não tinha feito melhor do que aconteceu a seguir com uma queda coletiva a vitimar mais um conjunto de ciclistas. Thymen Arensman (Ineos Grenadiers) e Attila Valter (Jumbo-Visma) foram os que saíram mais mal tratados.

Kaden Groves ficou bloqueado e não conseguiu aplicar a velocidade que queria. Sebastián Molano (UAE Emirates) esteve muito desacompanhado e voltou a cometer o erro de acelerar demasiado cedo. A decisão final ficou para o photo finish que decidiu que Geoffrey Soupe (TotalEnergies) foi mais rápido que Orluis Aular (Caja Rural-Seguros RGA) a cruzar a linha final. O francês conseguiu aos 35 anos a primeira vitória numa grande volta. Lenny Martinez não teve problemas em defender a camisola vermelha e, além de Geraint Thomas, todos os candidatos à vitória na geral concluíram sem problemas.