Até ao final do segundo set do jogo com a Grécia, Portugal tinha conseguido uma fase de grupos do Europeu de voleibol quase perfeita: ganhou pela margem máxima à Roménia naquela que foi a primeira vitória de sempre da Seleção num arranque da competição após seis derrotas e jogando ao mais alto nível, deu luta a uma França campeã olímpica que teve de puxar dos galões para perder apenas um set e começou da melhor forma o encontro com a formação helénica, começando com dois parciais “sem espinhas”. Depois, tudo mudou. E era contra isso que o conjunto de João José ia agora lutar frente à anfitriã Israel.

A quebra física, aliada a alguns problemas com Miguel Tavares Rodrigues e Alexandre Ferreira e ao natural crescimento da Grécia ao inverter o controlo do jogo, fez com que Portugal averbasse uma segunda derrota na fase de grupos deste Europeu. Em caso de triunfo, não só a qualificação para os oitavos era uma realidade praticamente garantida como as possibilidade de terminar numa posição acima do quarto lugar de 2021 eram grandes; assim, com esse desaire na “negra”, esse objetivo que o selecionador colocava como alcançável tornava-se mais complicado e era com pouca margem que chegava a quarta partida em Telavive.

Depois de duas vitórias por 3-2 a abrir diante de Grécia e Roménia, ambas com o ponto comum de ter ganho o primeiro e quarto sets antes da decisão, Israel conseguiu confirmar a competitividade demonstrada nesta fase final apesar da derrota por 3-0 com a França com um segundo set que foi às vantagens. Quando num plano teórico se olhava para a Turquia como um potencial adversário a ter mais em conta, a formação da casa surgia como uma das principais surpresas perante uma Seleção a tentar recuperar da desilusão sofrida com os helénicos a tentar mostrar que era melhor jogando ao seu mais alto nível. No final, Portugal conseguiu voltar ao melhor nível, venceu de forma clara (3-0) e mantém o objetivo de passar em segundo.

O conjunto israelita até entrou melhor, quase que galvanizada pelo apoio que vinha das bancadas e que não ficou em nada beliscado após a derrota diante da França, mas Portugal, com Tiago Violas na distribuição como tinha acontecido na parte final do jogo com a Grécia, foi recuperando o seu melhor jogo, passou para a frente e fechou o set inicial em 25-22 com Alexandre Ferreira e Lourenço Martins em foco no ataque. O filme acabou por repetir-se no parcial seguinte, que foi mantendo o equilíbrio e vantagens alternadas até à fase decisiva em que a Seleção voltou a crescer para fechar com 25-21. Israel acusava a superioridade nacional e Portugal soube capitalizar da melhor forma isso, fechando um terceiro set sem história por 25-12.

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