O Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém (MAC/CCB), em Lisboa, abre a 28 de outubro com peças da Coleção Ellipse, uma mostra da Coleção Teixeira de Freitas e uma exposição da artista Berlinde de Bruyckere.

Contactado pela agência Lusa sobre as novas exposições previstas para a abertura do MAC/CCB, no espaço do antigo Museu Coleção Berardo, em Lisboa, o administrador do CCB Delfim Sardo disse que uma das exposições permanentes irá receber peças da Coleção Ellipse e da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE).

“Para a abertura do museu, estamos a preparar uma reformulação da exposição permanente, que terá um cruzamento de peças da Coleção Berardo em depósito [no CCB] com a Coleção Ellipse, num alargamento para obras de artistas mais jovens, e do campo cultural, o que é particularmente importante, como forma das duas se complementarem”, disse Delfim Sardo.

Atualmente de portas abertas com exposições permanentes e temporárias, nomeadamente dedicadas a Paula Rego (1935-2022) e Fernanda Fragateiro, até 10 de setembro, o Museu do CCB vai ser inaugurado oficialmente como MAC/CCB no dia 28 de outubro com a apresentação das coleções em depósito — a Coleção Berardo, a Coleção Ellipse e desenhos da Coleção Teixeira de Freitas –, bem com uma individual da artista belga Berlinde de Bruyckere.

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Museu MAC/CCB, antigo Museu Berardo, inaugura a 28 de outubro

O museu estará encerrado ao público três dias antes da inauguração – a 25, 26 e 27 de outubro – abrindo com a exposição permanente “Objeto, Corpo e Espaço – A revisão dos géneros artísticos a partir da década de 1960”, que espelha a arte das vanguardas a assumir a tarefa de repensar o objeto artístico, os seus processos criativos e a relação com o espetador.

A outra exposição permanente é “Coleção Berardo do Primeiro Modernismo às Novas Vanguardas do Século XX”, num percurso com núcleos dedicados às principais vanguardas históricas da primeira metade do século XX, como o cubismo, o dadaísmo ou o surrealismo.

Nas exposições temporárias, será apresentada a “Coleção Teixeira de Freitas – Ou o desenho contínuo”, com base na coleção iniciada nos anos 1990 pelo colecionador luso-brasileiro Luis Augusto Teixeira de Freitas, que se encontra em processo de depósito no MAC/CCB.

“Para assinalar este processo [de negociação do depósito] vamos começar já com uma exposição de desenho, que é muito importante nesta coleção, porque Teixeira de Freitas teve uma atenção particular a esta disciplina”, indicou Delfim Sardo, acrescentando que o título da mostra “aponta para pensar o desenho como uma atividade contínua e permanente dos artistas, que permite observar de forma próxima os processos criativos e as relações entre a sensibilidade e a conceptualização”.

Na mesma altura, será inaugurada outra exposição temporária, dedicada a “uma artista belga, que tem tido um reconhecimento internacional importantíssimo”: “Berlinde De Bruyckere – Atravessar uma ponte em chamas”.

A criadora, nascida em 1964, “tem vindo a desenvolver um trabalho no campo da escultura e do desenho de enorme intensidade em torno das grandes temáticas da arte, nomeadamente a morte, a redenção, a dor e a memória”, e a exposição foi concebida especificamente para o MAC/CCB, revelou o curador.

“É uma exposição que versa sobre uma figura simbólica, o anjo, uma criatura de mediação entre a imanência e a transcendência, o humano e o divino, e que permite pensar nas questões de género e de identidade, temáticas hoje muito oportunas e relevantes”, salientou Delfim Sardo sobre esta nova exposição, que será acompanhada por duas performances do bailarino Romeu Runa – “My Deer” e “Sybille” -, que tem trabalhado muito proximamente com Berlinde De Bruyckere.

Questionado pela Lusa sobre a adesão ao concurso internacional para a direção artística do MAC/CCB, que encerrou candidaturas na quinta-feira, o administrador disse: “Sei que foram dezenas de candidaturas, e que há muitos portugueses e muitos estrangeiros, em dimensão mais ou menos paritária, pela informação que tenho”.

Concurso para direção artística do Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém abre esta sexta-feira

“Estamos contentes com a adesão da chamada que fizemos para o concurso, e agora vai seguir-se o processo de análise das candidaturas e das entrevistas, que vai ser demorado”, comentou, sobre a fase de entrevistas, para decorrer entre setembro e outubro, estando previsto para dezembro o anúncio da candidatura selecionada.

O MAC/CCB pretende ser “um museu no qual o diálogo entre as várias tipologias artísticas assenta na multiplicidade de práticas da arte [da atualidade], não só proporcionando visões históricas, como mapeando as visões dos artistas de hoje”.

Por seu turno, o Centro de Arquitetura/Garagem Sul, inaugura, a 17 de outubro, a exposição “Habitar Lisboa”, com curadoria de Marta Sequeira, que procura apresentar o estado da arte das operações arquitetónicas de habitação levadas a cabo em Lisboa ao longo de 50 anos de democracia.

As exposições temporárias irão ficar patentes até 24 de março de 2024 e a “Habitar Lisboa” até 28 de abril de 2024.