Quantas teorias já ouviu sobre o futuro da Inteligência Artificial e sobre o nosso futuro, como consequência da sua evolução? Este é um tema que está na ordem do dia e muito se tem dito sobre ele. Há quem defenda os carros voadores, robôs capazes de nos substituir nas mais variadas tarefas – incluindo limpar a casa – e até a extinção dos nossos postos de trabalho. Ou, pelo menos, da necessidade de sermos nós a ocupá-los. A pergunta que se impõe não é em qual das teorias acredita. A pergunta que se impõe é: será que isto pode mesmo acontecer?
É com uma guerra entre humanidade e inteligência artificial como pano de fundo que nos é apresentado o filme “O Criador”. Nesta nova produção da 20th Century Studios, New Regency e Entertainment One, os nossos maiores receios relativamente à evolução desta nova inteligência são transpostos para o grande ecrã.
Imagine isto: vivemos em tempos de guerra. Inteligência artificial versus humanidade, num jogo de forças iminente. No meio de tudo isto, está um ex-agente das forças especiais, em luto pela sua mulher que desapareceu. Numa noite, é recrutado para perseguir, caçar e matar o Criador – a verdadeira mente da IA, responsável pela criação de uma arma tão letal que é capaz de não só acabar com a guerra, como com a própria existência humana. Sem margem para recusar e com a esperança de que esta missão o aproxime do paradeiro da sua mulher, é a partir daqui que se dará início à viagem até ao território inimigo. O que encontrará depois de cruzar o coração sombrio de um território ocupado por máquinas? O que fará ao perceber que a arma é, afinal, uma criança? Entre a razão e a emoção, existe tecnologia suficiente que nos separe? Até onde irá por amor?
Esta é a história de Joshua – interpretado pelo ator John David Washington -, a personagem principal do filme. É através dos seus olhos que seguimos viagem e que nos vemos, constantemente, confrontados com perguntas e desafios, a ideias que achávamos que, até aqui, defendíamos. Se há quem se debata sobre a consciência das máquinas, neste filme o principal debate é perceber de que lado estamos e o que faríamos naquela situação. Será que, afinal, somos assim tão diferentes?
Nas palavras do realizador, Gareth Edwards, “O Criador” surge num momento “surreal. Apesar de estarmos a desenvolver este filme há anos, a sua estreia acontece numa altura fascinante em que o nosso mundo se debate com muitos dos problemas e questões que queríamos abordar com o filme – o que significa ser humano, se a IA pode ser consciente, questões de bem e mal entre a IA e entre as pessoas. Penso que explorar estas questões é o que a ficção científica faz de melhor”. Para Gareth, a escrita do argumento levantou em si muitas questões, fazendo-o até repensar a própria ideia que tinha para o filme. “Inicialmente, pensei na IA, neste filme, como uma metáfora para outras pessoas diferentes de nós, que muitas vezes vemos como o inimigo. Depois, quando comecei a escrever o filme, todos estes dilemas filosóficos começaram a vir à superfície. Por exemplo, se houvesse uma IA com a qual fosse possível interagir de forma 100% real, o que aconteceria se não gostássemos do que ela estava a fazer? Podemos desligá-la? É errado desligá-la? O que aconteceria se ela não quisesse ser desligada? E será que é real? Será que é importante? Devemos abraçá-la? Devemos destruí-la?”.
Estas perguntas são-nos colocadas por Gareth, mas é durante as 2 horas e 13 minutos de filme que vemos Joshua debater-se com os mesmos dilemas, todos eles intensificados a partir do momento em que conhece Alphie – a arma que foi destacada para destruir. Será Joshua capaz de carregar no botão de desligar? Até que ponto será capaz de ignorar que à sua frente tem, afinal, uma criança? Se há um superpoder que o cinema tem é a capacidade de nos emocionar, de nos fazer sonhar, de nos fazer viver. Há histórias tão reais e imersivas que, na altura de nos sentarmos na cadeira, as sentimos como se fossem nossas. É o que acontece com este filme. O que faríamos no lugar de Joshua? De que lado estamos? O que é que defendemos? Será que o que defendemos, afinal, pode ser refutado?
É caso para dizer que terá de ver para descobrir e pode fazê-lo já a partir de dia 28 de setembro, em IMAX, 4DX e SCREEN X. Os bilhetes já estão à venda, desde dia 15 de setembro.
Nunca a expressão “ver para crer” fez tanto sentido. E o melhor de tudo é que nós vimos e podemos garantir-lhe que esta é uma experiência da qual não sairá indiferente. Mas prepare-se: sairá da sala de cinema de lágrimas nos olhos e ainda mais perguntas por responder. Porque se há alguma coisa para a qual não existe um botão capaz de a desligar, é o amor.