O consumo de bebidas alcoólicas está a aumentar entre os jovens com 18 anos, em Portugal, indica um relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). Pela primeira vez, as raparigas ultrapassaram os rapazes na prevalência de consumo de álcool, embora os rapazes continuem a beber com maior intensidade e frequência. Em sentido contrário, o consumo de tabaco está a diminuir entre os jovens.

Assim, 86% das raparigas consumiram bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores, contra 84% dos rapazes. O consumo intensivo tem vindo a acentuar-se em ambos os sexos: 28% rapazes dizem agora consumir álcool mais de 40 vezes nos 12 meses anteriores, quando, em 2015, essa percentagem era de 25%. Já entre as raparigas, este tipo de consumo é menos prevalente, mas, mesmo assim, verifica-se agora em 15% das jovens de 18 anos (era de 11% em 2015).

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Mais de metade dos jovens (54%) tomaram bebidas alcoólicas de forma binge, isto é, consumindo cinco ou seis bebidas alcoólicas na mesma ocasião. Cerca de um terço (36%) dos jovens embriagou-se severamente, ou seja, a ponto de cambalear, ter dificuldade em falar, vomitar ou não recordar o que aconteceu depois. Tanto num como no outro fenómeno, as prevalências entre os rapazes e as raparigas são semelhantes, embora ligeiramente superiores no sexo masculino.

Este retrato pelo SICAD baseia-se num inquérito realizado aos jovens de 18 anos que participaram no Dia da Defesa Nacional do ano passado, num total de 135.273 jovens.

No que diz respeito ao consumo de bebidas alcoólicas, o tipo de problema mais mencionado pelos jovens é o das situações de mal-estar emocional, seguindo-se as referências a relações sexuais desprotegidas. Em terceiro lugar, são referidos os problemas de rendimento na escola/trabalho.

Já em relação ao tabaco, o panorama é mais positivo. A prevalência de consumo está a diminuir: em 2022, 44% dos jovens admitiram fumar nos 12 meses anteriores (45% dos rapazes e 44% das raparigas), contra 52% em 2015. Contudo, de entre os jovens que fumam, a maior parte fá-lo de forma regular: 37% consumiram tabaco em 40 ou mais ocasiões durante o último ano (sendo que, neste parâmetro, são os rapazes a destacarem-se).

À semelhança do tabaco, diminui também o consumo de canábis e tranquilizantes/sedativos sem receita médica.