A polícia israelita deteve na noite de segunda-feira a cantora palestiniana Dalal Abu Amneh, que é também investigadora em neurologia, por ter publicado nas suas redes sociais mensagens de solidariedade com Gaza.

Dalal Abu Amneh, de nacionalidade israelita, é uma figura muito popular e influente nas redes sociais, onde a sua detenção teve um impacto imediato.

A polícia informou que após a sua detenção, a cantora será interrogada e presente a tribunal, de acordo com os meios de comunicação locais, palestinianos e israelitas.

Esta segunda-feira, décimo dia da guerra entre Israel e Gaza, foi mais um dia que passou com os cidadãos israelitas à espera de uma incursão militar terrestre na Faixa de Gaza, que nunca aconteceu, e com milhares de habitantes de Gaza, muitos deles estrangeiros, junto ao posto de Rafah, na fronteira com o Egipto, à espera que esta abrisse, o que também não aconteceu.

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No final da noite de domingo, Abu Obeida, porta-voz das Brigadas al-Qasam, o braço armado do movimento islamita Hamas, afirmou que alguns dos reféns de “diferentes nacionalidades” detidos na Faixa de Gaza seriam libertados.

Disse que esses reféns, referindo-se a estrangeiros, são considerados como seus “convidados” e serão libertados quando estiverem reunidas as “condições no terreno”. “Porque não temos nada contra eles”, disse Abu Obeida, embora tenha avisado outros países que, se ajudarem Israel, considerarão esses reféns como os restantes, que são israelitas.

Segundo Abu Obeida, as Brigadas Al Qasam têm 200 reféns e outras milícias têm cerca de 50. Israel comunicou às suas famílias a identidade de 199 reféns detidos pelo Hamas e outras milícias palestinianas em Gaza, confirmou o porta-voz do exército Daniel Hagari.

As forças israelitas lançaram pesados bombardeamentos contra a Faixa de Gaza nos últimos dez dias, nos quais foram mortos pelo menos 26 reféns israelitas, disse o Hamas, embora não tenha fornecido provas disso.

As milícias palestinianas exigiram a libertação de milhares de prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas em troca do regresso dos reféns na Faixa de Gaza.

O Hamas divulgou também um vídeo de uma das reféns, uma rapariga identificada como Maya Sham, de 21 anos, que afirmou estar a ser bem tratada e medicada, e apelou à sua libertação o mais rapidamente possível.

Israel continuou a concentrar forças na região adjacente a Gaza, onde o movimento islamita Hamas matou cerca de 1.400 israelitas, a grande maioria civis, e fez mais de 200 reféns no ataque de 7 de outubro, mas ainda não lançou uma operação terrestre para cumprir a sua promessa de “varrer o Hamas da face da terra”.

O que se sucedeu foi um aumento de cerca de 250 mortos nos bombardeamentos israelitas em Gaza, que totalizam agora mais de 2.800, com 10.850 feridos, desde o início da guerra, bem como uma troca de tiros e de artilharia na fronteira com o Líbano, embora até agora sem novas vítimas.

As forças de segurança israelitas também continuaram a efetuar rusgas na Cisjordânia, talvez com mais intensidade do que nos dias anteriores, com incursões em vários bairros onde foram detidas mais de 70 pessoas, muitas delas alegadamente membros do Hamas, disse um porta-voz militar à EFE.