Armando Pereira vai deixar de estar em prisão domiciliária. A pedido da sua defesa, e no âmbito da revisão trimestral das medidas de coação, o Tribunal Central de Instrução Central decidiu esta quarta-feira revogar a obrigação de permanência na habitação que tinha sido decidida pelo então juiz de instrução Carlos Alexandre em julho deste ano, no âmbito das primeiras detenções na Operação Picoas.
O Tribunal decidiu impor uma caução de 10 milhões de euros ao co-fundador da Altice para acautelar os diversos perigos que foram dados como indiciados nos autos, confirmaram ao Observador os advogados Pedro Marinho Falcão e Magalhães e Silva, que defendem Armando Pereira.
Armando Pereira indiciado por 11 crimes de corrupção e branqueamento de capitais
Armando Pereira poderá ainda viajar para o estrangeiro mas só após o juiz de instrução criminal titular dos autos — que já não é Carlos Alexandre, que foi promovido à Relação de Lisboa — autorizar a respetiva viagem.
O co-fundador da Altice Armando Pereira está indiciado por seis crimes de corrupção ativa, um de corrupção passiva e quatro de branqueamento de capitais nos autos da Operação Picoas que investigam um conjunto de negócios que terão lesado a Altice em cerca de 100 milhões de euros.
Já Hernâni Vaz Antunes, sócio de Armando Pereira em vários empresas que tiveram negócios com a Altice, está indiciado por cerca de 20 crimes, entre os quais corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, vai manter-se em prisão preventiva.
Há uma teia de empresas com negócios com a Altice que está sob investigação
Para além de Armando Pereira e de Hernâni Vaz Antunes, são igualmente arguidos nos autos da Operação Picoas, Jessica Antunes (filha do braço direito de Armando Pereira, Hernâni Vaz Antunes) e que está em vários negócios envolvendo o empresário de Vieira do Minho. E também Álvaro Gil Loureiro, que é administrador e sócio de algumas das empresas que compraram imóveis à Altice.