“Vivemos tempos em que é imperativo que estejamos todos unidos na luta pela preservação dos interesses vitais nacionais e estatais da Sérvia”, afirmou o chefe de Estado sérvio, depois de anunciar oficialmente a convocação de eleições, através de um comunicado publicado pela agência de noticias sérvia Tanjug.
Aleksandar Vucic já tinha avançado no final de setembro a data das novas eleições legislativas, que coincidirão com as eleições locais em 65 municípios do país, incluindo Belgrado.
A dissolução do parlamento sérvio ocorreu um dia depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se ter reunido com Aleksandar Vucic e o ter instado a tomar medidas concretas para facilitar a normalização das relações com o Kosovo, uma antiga província sérvia que Belgrado não reconhece.
No comunicado de hoje, o chefe de Estado avisa a população que o seu país terá de enfrentar “muitas pressões num futuro próximo”, devido às relações com o Kosovo e a outras questões regionais e globais.
A União Europeia e os Estados Unidos pretendem que a Sérvia e o Kosovo normalizem as suas relações, no quadro de um diálogo liderado por Bruxelas e em que Belgrado adote sanções contra a Rússia.
As eleições legislativas são antecipadas em mais de dois anos, uma vez que o mandato regular da atual legislatura terminaria na primavera de 2026.
Nas últimas eleições, realizadas em abril de 2022, juntamente com as presidenciais, Vucic e o seu Partido Progressista Sérvio (SNS) conseguiram ser reeleitos, apesar de terem sofrido perdas significativas.
A oposição “pró-ocidental” formou um bloco para defrontar o SNS e o atual Presidente sérvio, no poder há mais de uma década, e a quem acusam de exercer controlo autocrático sobre as instituições e os meios de comunicação social.