O contrato para a construção da Linha Rubi do Metro do Porto foi formalizado, esta sexta-feira, por mais de 379,5 milhões de euros, seguindo-se o envio para o Tribunal de Contas para obtenção de visto e posterior consignação da empreitada.
Em comunicado, a Metro do Porto refere que a assinatura daquele acordo, entre membros do Conselho de Administração da concessionária pública e dos representantes do consórcio Alberto Couto Alves (ACA), FCC Construcción e pela Contratas y Ventas, representa “mais um passo no sentido da materialização daquele que é o maior projeto português no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência/NextGenerationEU”.
O valor contratualizado entre as partes foi, esclarece o texto, de 379,5 milhões de euros, sendo que o valor global de investimento da Linha Rubi é de 435 milhões.
“Os benefícios sociais, económicos e ambientais da Linha Rubi estão quantificados em 1,7 mil milhões de euros. As obras da empreitada agora adjudicada deverão estar concluídas em até ao final de 2026”, refere a Metro do Porto.
A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o rio Douro, a “Ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha”, que será exclusivamente reservada ao Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.
Na sexta-feira, a autarquia do Porto anunciou que o presidente Rui Moreira vai propor à Câmara do Porto, na reunião do executivo marcada para segunda-feira, que não conceda licenças para obras da linha Rubi que provoquem alteração ou constrangimentos à mobilidade até as obras da linha Rosa e do ‘metrobus’ estarem concluídas.
Na proposta, Moreira pede também ao Governo “uma urgente avaliação do estado das obras em curso e uma auditoria sobre a fiscalização e alterações de projeto verificadas das mesmas e sobre as medidas de segurança nas várias frentes de obra”.
A decisão sucede à intervenção do autarca na última Assembleia Municipal do Porto, na segunda-feira, em que revelou que o município não permitirá “mais nenhuma frente de obra” do metro, defendendo que a cidade “está caótica” devido às obras da linha Rosa e ‘metrobus’.
Na proposta a que a Lusa teve acesso, a autarquia manifesta a “crescente preocupação” relacionada com as obras promovidas pela Metro do Porto de ampliação da sua rede, reconhecendo “não ser possível concretizar obras sem que estas tenham impacto significativo na vida de uma cidade”.
Neste momento, estão em construção a linha Rosa, que irá ligar a Casa da Música a São Bento, com estações intermédias na Praça da Galiza e no Jardim do Carregal, e a linha de Bus Rapid Transit (BRT), um sistema de pré-metro, que ligará a Casa da Música à Praça do Império e a Matosinhos Sul.
Sobre a linha Rubi, que irá ligar a Casa da Música, através do Campo Alegre e de uma nova ponte, a Vila Nova de Gaia, mais precisamente até Santo Ovídio, lembra o município que o traçado “não é o mais desejável” e que pelo “impacto paisagístico e pela inserção urbana, era recomendável que a travessia fosse feita a jusante, e que a possibilidade de utilização da ponte da Arrábida não tivesse sido descartada”.
Atualmente, a Metro do Porto conta com seis linhas em operação, estando em construção uma extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d’Este (Vila Nova de Gaia), a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), uma linha de ‘metrobus’ entre Casa da Música e Praça do Império (aguarda-se lançamento da extensão à Anémona), e o arranque das obras da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, que inclui uma nova ponte sobre o rio Douro, está previsto para o final deste ano.