Carlos Ghosn recebeu, a 16 de Outubro, ordem para sair (durante os 30 dias seguintes) da casa onde vive com a sua família no Líbano, desde que fugiu do Japão escondido numa caixa de instrumentos musicais. A deliberação que obriga o ex-CEO do Grupo Renault e ex-chairman da Nissan a abandonar a residência de 19 milhões de dólares, cerca de 17,8 milhões de euros, partiu de um juiz libanês, que assim parece ter dado razão à Nissan. O advogado do gestor que acumula as nacionalidades francesa, libanesa e brasileira já fez saber que pretende apelar da decisão.

Ghosn considera que a casa em que reside desde 2019, não sendo sua propriedade, pertence na realidade à empresa libanesa Phoinos Investment, afiliada à Nissan, existindo um contrato assinado que lhe concede o direito a nela residir. Contudo, a Phoinos alega que o direito à habitação estava associado ao exercício de cargos de administração na Nissan, que foram interrompidos unilateralmente pelo construtor nipónico em 2019.

O juiz libanês entendeu que a razão estava do lado dos queixosos, pelo que Ghosn deveria abandonar a casa da polémica. O gestor que salvou a Nissan da falência, quando dirigia a Renault, vai recorrer da decisão judicial, prometendo suportar a sua tese com documentos vindos do Japão.

De recordar que Carlos Ghosn, que foi acusado no Japão de má conduta financeira em 2018 e de fugir do país depois de um ano detido (quando já estava em prisão domiciliária), alegando não acreditar numa justiça que tem 99% de taxa de condenação, processou a Nissan e uma série de outras empresas e indivíduos por difamação e fabricação de documentos, entre outros, em mais de mil milhões de dólares.

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