Miguel Oliveira estava obrigado a trabalhos reforçados este sábado. O Grande Prémio do Qatar não tinha começado particularmente bem para o português. Na segunda sessão de treinos, o piloto da RNF Aprilia atrasou-se em relação à concorrência e viu-se obrigado a passar pela Q2. Mais do que isso, o Falcão tinha o colega de equipa, Raúl Fernández, a tirar bastante mais proveito da mota. O que podia ser visto como um mau desempenho de Oliveira face ao espanhol também era um sinal de esperança perante uma possível evolução nos dias seguintes.

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“A mota até estava a funcionar bastante bem. Tinha bastante aderência e estabilidade, mas cometi uma série de erros e não consegui fazer uma boa volta”, assumiu Miguel Oliveira esta sexta-feira. “Foi um dia complicado para mim, mas senti que tinha mota [para ser competitivo]. Posso ser mais rápido para fazer uma boa volta e conseguir um lugar na Q2″.

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Spoiler alert: não conseguiu. Miguel Oliveira ficou-se pela Q1 (1:53.009), garantindo apenas o sétimo melhor tempo entre os 12 pilotos que integraram a ronda inicial da qualificação. Por isso, ficou ali definido que o português ia arrancar para o sprint e para a corrida principal no 17.º lugar, uma posição logo à partida desfavorável para a obtenção de um bom resultado. Além disso, para o piloto de Almada e para muita gente, a manhã não foi nada tranquila.

Já na sessão de treinos que antecedeu a Q1, Aleix Espargaró e Franco Morbidelli desentenderam-se, sendo que o espanhol, que acabou com uma penalização de seis lugares na grelha, deu, em plena pista, uma espécie de calduço ao italiano. O ambiente tenso continuou na qualificação. Enea Bastianini ficou visivelmente irritado quando Iker Lecuona (que também foi castigado) lhe estragou uma volta rápida. Por fim, Jack Miller e Miguel Oliveira também mostraram alguma frustração um com o outro.

Após tudo estar sanado, a maior luta foi mesmo pelo acesso à Q2. Johann Zarco (1:52.382) e Álex Márquez (1:52.504) seguraram os dois bilhetes e seguiram em frente. Seguiu-se a disputa pela pole-position que ficou para Luca Marini (1:51.762), piloto que está em vias de substituir Marc Márquez na Honda, vaga que esteve associada a Miguel Oliveira. Fabio Di Giannantonio (1:51.829) e Álex Márquez (1:51.898) asseguraram também posição na primeira linha da linha de partida.

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A corrida sprint já é por si só rápida. No entanto, para Miguel Oliveira durou bem menos. Ainda na primeira volta (a corrida durava 11), o português viu-se envolvido num acidente com Aleix Espargaró e Enea Bastianini e foi forçado a abandonar, tendo sido diagnosticado com uma fratura no ombro direito após se ter dirigido ao centro médio para ser analisado. Bastianini foi o único dos três pilotos que se manteve em pista.

As atenções viaravam-se então para a luta pelo campeonato. O líder, Francesco Bagnaia, chegava com 14 pontos de vantagem em relação a Jorge Martín e, caso consiga no Grande Prémio do Qatar mais 23 pontos do que o rival, então o campeão ia renovar o seu título. Bagnaia começou em quarto e Martín em quinto.

Cedo na corrida sprint a situação se alterou. Apesar da resistência de Luca Marini, na defesa da pole-position, Jorge Martín acabou por saltar para liderança e vencer a corrida, somando 12 pontos. Francesco Bagnaia terminou em quinto lugar e amealhou 5 pontos. O espanhol chega então à corrida deste domingo a apenas sete pontos do italiano.