O presidente da Câmara de Lisboa considerou segunda-feira que os atrasos nas obras do metro são “o grande obstáculo à circulação” na cidade, ameaçando exigir a suspensão dos trabalhos se o calendário de execução não for cumprido.

“Os atrasos constantes das obras do metro são o grande obstáculo à circulação em Lisboa. Os lisboetas não aceitam que se encarem estes atrasos com normalidade. Como presidente da Câmara, exijo que haja um plano público que seja cumprido com urgência. Se assim não for, terei que exigir ao Governo que em determinadas zonas da cidade se parem imediatamente as obras”, afirmou Carlos Moedas, em declarações à agência Lusa.

Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo no sábado, o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues do Santos, revelou que a cidade vai ter novos constrangimentos por causa das obras de expansão, em especial na zona ribeirinha, junto ao Cais do Sodré, e que em Alcântara o corte temporário da Avenida 24 de julho será prolongado.

Obras do Metro de Lisboa condicionam trânsito na 24 de julho durante nove meses

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O responsável admitiu que os constrangimentos vão ter implicações com os clientes da CP e da Carris, mas que estes são “custos do progresso”.

“Mais uma vez, estes atrasos revelam a importância de o Metro de Lisboa ser gerido pela Câmara Municipal de Lisboa e não pelo Governo”, reiterou o autarca do PSD, que governa a cidade sem maioria absoluta.

Em 29 de setembro, Carlos Moedas defendeu que o Metropolitano da capital “deveria ser responsabilidade” da autarquia, à semelhança do que acontece com a Carris, porque “a mobilidade tem de ser vista sempre no seu conjunto”, de forma a poder dar “maior resposta” às pessoas.

Questionado pela Lusa à margem do encontro “Comunidades em Ação — operações integradas metropolitanas”, que decorreu no Fórum Lisboa, o autarca explicou a posição sobre o Metropolitano de Lisboa que veiculou em entrevista à TSF e ao DN, divulgada nesse dia.

Carlos Moedas já tinha pedido ao Governo para ter “pelo menos um administrador” no Metro e “esse pedido não foi respondido” pelo primeiro-ministro, António Costa.

“Não houve aqui nenhuma diferença no meu pensamento”, ressalvou, quando questionado pela Lusa sobre passar de pedir “um administrador” para ser “acionista a 100%” do Metro.

“Não havendo reação da parte do Governo em relação a haver um administrador, penso que devo lutar por uma solução, que é a solução que faz sentido. Como é que temos um Metro que é tutelado a nível nacional, mas que trabalha no meu território, no nosso território, dos lisboetas?”, questiona, recordando: “É o Metro de Lisboa” .

Esta mudança na gestão do Metro de Lisboa é “uma questão de estratégia” e, portanto, tem de passar por uma “discussão com o Governo”, notou na altura o autarca social-democrata.

A nova linha Circular do Metropolitano de Lisboa, que vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede, irá criar um anel circular no centro de Lisboa, e interfaces que conjugam e integram vários modos de transporte.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato — Odivelas), Verde (Telheiras — Cais do Sodré), Azul (Reboleira — Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto — São Sebastião).

Normalmente, o metro funciona entre as 06h30 e as 01h00.