Se o Sporting pudesse entrar em campo de novo no momento imediatamente a seguir a ter sofrido uma reviravolta, por certo, tê-lo-ia feito. Uma pausa para os compromissos das seleções impossibilitou que isso acontecesse com a brevidade necessária. No regresso à competição, os leões disputavam um daqueles jogos no quais são peritos em quase pôr os pés pelas mãos. O Dumiense, do quarto escalão do futebol português, visitava o Estádio de Alvalade na quarta eliminatória da Taça de Portugal e procurava causar dificuldades à equipa de Rúben Amorim ainda a pensar no dérbi.

“Obviamente, toda a gente o sentiu [a derrota], porque, a meu ver, perdemos o jogo, mais do que o Benfica ganhar”, comentou o treinador do Sporting. “Fomos nós, neste dérbi e principalmente neste, que perdemos o jogo. Mesmo com 11, não fomos a equipa que deveríamos ter sido apesar de termos sido a melhor equipa. Tivemos um jogador expulso por culpa nossa, o sabor não é bom. Mas é importante que toda a gente sinta uma derrota. Devíamos ter ganhado o jogo, não ganhámos. Mas o campeonato é longo, não acabaria naquele momento com uma vitória e muito menos agora. Não só o presidente, mas todos aqui sentiram que devíamos ter ganho aquele jogo”.

Os leões tinham como exemplo o jogo contra o Olivais e Moscavide, o primeiro que realizaram nesta competição, para perceberem que baixar a guarda podia custar caro. “Temos o jogo do Olivais [como exemplo], onde falhámos muitos golos e sofremos um no início, porque não entrámos com a consideração que devíamos [pelo adversário], sabemos que há sempre esse perigo. Sabemos que não podemos estar desconcentrados e que jogamos em casa. Temos uma responsabilidade maior de fazer um jogo competitivo e alegre, porque as pessoas vêm aqui ver-nos. Temos a obrigação de tornar o jogo alegre, um jogo que as pessoas gostem. É um jogo de Taça e o adversário assim o merece”, garantiu Rúben Amorim.

O Dumiense, último classificado da Série A do Campeonato de Portugal, era um adversário que destoava no ciclo de jogos que o Sporting enfrenta. Depois da receção ao Raków e da visita ao Benfica, o Sporting tinha breves 90 minutos para respirar de alívio, pois avizinha-se um jogo decisivo contra a Atalanta. Por isso, Rúben Amorim operou sete mudanças no onze inicial face ao dérbi. Luís Neto, tal como o técnico tinha anunciado na antevisão, foi titular no centro da defesa. Franco Israel foi o guarda-redes escolhido. Daniel Bragança posicionou-se ao lado de Hjulmand. Na esquerda, atuou Nuno Santos. O trio atacante foi completamente renovado com Geny, Trincão e Paulinho.

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Ficha de Jogo

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Sporting-Dumiense, 8-0

4.ª eliminatória da Taça de Portugal

Estádio de Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Bruno José Costa (AF Viana do Castelo)

Sporting: Franco Israel, Esgaio (Edwards, 51′), Luís Neto, Coates (Eduardo Quaresma, 76′), Matheus Reis, Nuno Santos, Hjulmand, Bragança (Essugo, 62′), Trincão, Geny Catamo (Gyokeres, 62′) e Paulinho

Suplentes não utilizados: Adán, Diogo Pinto, Morita, Pote e Diomande

Treinador: Rúben Amorim

Dumiense: Pedro Costa, Diogo Costa, João Faria, Marco Fernandes, Tiago Ferreira, Bruno Silva, Igor Santos (Pablo, 55′), Gonçalo Botelho (Pedro Fernandes, 55′), Joel Marques (Joãozinho, 62′), Diogo Ribeiro e Dica (Alex Freitas, 76′)

Suplentes não utilizados: Saraiva, Jota Oliveira, Gonçalo Cardoso e Pedro Marques

Treinador: Fábio Oliveira

Golos: Luís Neto (8′), Paulinho (28′, 58′ e 71′) e Francisco Trincão (46′) e Coates (53′), Nuno Santos (75′) e Gyokeres (83′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Silva (39′) e João Faria (51′)

Antes que as coisas se complicassem, o Sporting deu prioridade máxima ao golo. Luís Neto (8′) subiu à área e correspondeu de forma positiva a um canto cobrado por Nuno Santos à direita do ataque. Foi o primeiro golo do central ao 98.º jogo com a camisola verde e branca. A partir daí, a equipa de Alvalade descobriu a solução para os problemas. Numa fase em que se limitava a controlar as operações, o Sporting voltou a ter novo canto à disposição. Matheus Reis desviou o cruzamento ao primeiro poste, deixando o guarda-redes do Dumiense, Pedro Costa, em apuros. A bola acabou por sobrar para Paulinho (28′) que aumentou a vantagem.

O Sporting continuou sem ter qualquer problema em dominar e foi aumentando a vantagem com naturalidade. Trincão (46′), logo a abrir a segunda parte, perante um passe de calcanhar de Paulinho fez o terceiro. Seguiu-se mais um canto para Nuno Santos bater e, como não podia deixar de ser, golo de Coates (53′). Aos 62 minutos, Rúben Amorim lançou Gyokeres. O avançado entrou com genica. Bastaram poucos minutos em campo para o sueco arrancar um penálti que Nuno Santos (75′) converteu e para fazer uma arrancada que culminou num cruzamento atrasado desviado de calcanhar por Paulinho (71′). O ex-Sp. Braga completou o hat-trick depois de ter conseguido o bis aos 58 minutos de cabeça.

O impacto que Gyokeres (83′) teve no momento da entrada merecia ser coroado com um golo. A força física ajudou o atacante a afastar todos os defesas que lhe apareceram pela frente, fechando as contas ao fuzilar o guarda-redes do Dumiense. O 8-0 expressou o domínio completo que o Sporting exerceu e garantiu o passaporte para os oitavos de final da Taça de Portugal.