Há dias em que o Manchester United, em vez de parecer aquilo que é, uma equipa montada com milhões de euros, parece um conjunto de jogadores comprados com desconto na Black Friday. No plantel dos red devils, de há uns tempos para cá, há sempre pelo menos um jogador em campo que tira o dia do jogo para se espalhar ao comprido com erros individuais. Num dia, é um avançado, no outro, é um defesa. A crise alastra-se a todos os setores. Acontece que o fenómeno de desleixo extremo tem atrasado o Manchester United um pouco por todas as competições.
O caso mais flagrante tem acontecido na Liga dos Campeões. A equipa de Erik ten Hag prepara-se para entrar na derradeira jornada do grupo A no último lugar mesmo com 12 golos marcados, um dos melhores registos da competição. Acima de tudo, é o fracasso defensivo (14 golos sofridos na liga milionária, só o Antuérpia sofreu mais nas cinco primeiras jornadas) que coloca o Manchester United em posição de sair das competições europeias. Nos red devils, há muito que ninguém se contém em dar nomes aos erros. Erik ten Hag já foi o principal alvo das críticas, o guarda-redes André Onana ou o defesa Harry Maguire também já foram mencionados pelas vozes de protesto. Nem o capitão Bruno Fernandes, que marcou ao Galatasaray, escapou às críticas.
Paul Scholes, antiga glória do clube, criticou Bruno Fernandes depois do jogo contra a equipa turca a contar para a Liga dos Campeões que terminou empatado a três. “Sei que na entrevista depois do jogo ele falou sobre erros coletivos, mas ele cometeu dois erros esta noite ao fazer duas faltas estúpidas que deram em dois golos. Toda a equipa, inclusive ele enquanto capitão, deve assumir a responsabilidade. É um jogo que deveriam ter ganho, mas não conseguem não sofrer golos. A defesa está uma confusão, o guarda-redes está a errar, o Bruno a cometer faltas de borla. São coisas que tornam sempre os jogos mais difíceis e que não precisam de acontecer”, referiu o ex-jogador inglês à TNT.
Ao Manchester United exigia-se uma reação no regresso à Premier League, em concreto na visita ao Newcastle, equipa que vinha de um empate com o Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões. Os magpies, numa época ligeiramente abaixo da anterior, mas igualmente positiva, estão atentos aos ajustes que podem fazer ao plantel no mercado de janeiro. O português Rúben Neves, atualmente no Al Hilal, foi um dos nomes que surgiu para integrar a equipa de Eddie Howe, embora o próprio internacional português tenha desmentido o rumor à BBC. “Não vou. Acho que são rumores por causa dos proprietários dos clubes, é claro, e porque também joguei na Inglaterra, disse o jogador de 26 anos. “Houve interesse do Newcastle antes de eu vir para cá, mas estou muito feliz aqui, a minha família está muito feliz, então estou-me a divertir muito”.
A suposta proposta que Rúben Neves tinha em cima da mesa era um empréstimo. Esta foi uma questão discutida pelos clubes da Premier League durante a paragem para os compromissos das seleções, pois estava criado um movimento para que jogadores provenientes da Arábia Saudita não pudessem ser emprestados ao Newcastle. A contestação prendia-se com o facto da propriedade dos magpies pertencer ao fundo de investimento público saudita que também controla os quatro principais clubes do país do Médio Oriente. No entanto, após votação, decidiu-se que, caso pretendesse, o Newcastle não ia ser impedido de receber jogadores por empréstimo. Negado que está o interesse em Rúben Neves, a equipa que ocupa o sétimo lugar do campeonato inglês, à entrada para a 14.ª jornada, parece agora estar interessada em Kalvin Phillips que, sem espaço no Manchester City, pode reforçar o meio-campo de Eddie Howe.
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No que ao jogo, propriamente dito, entre Manchester United e Newcastle diz respeito, as equipas foram recebidas por uma atmosfera frenética no St. James’ Park. O ambiente refletia-se na intensidade com que os lances eram disputados, mas não em golos. Quem esteve mais perto de conseguir marcar foi Kieran Trippier. O lateral dos magpies num livre direto, uma das suas especialidades, levou a bola à barra da baliza de Onana. Ao intervalo, o Newcastle superiorizava-se ao nível da posse de bola (60%), mas era nos remates que estava a maior diferença. O Manchester United tentou a sorte apenas duas vezes, enquanto que o adversário tinha já 14 tentativas no final dos primeiros 45 minutos.
A metáfora do cântaro que vai à fonte e um dia deixa lá a asa acabaria por se aplicar. O Newcastle manteve o rendimento e acabou por chegar ao golo. Trippier, um dos melhores laterais do mundo a tomar decisões no último terço, fez um cruzamento perfeito para Anthony Gordon (55′) finalizar perante um posicionamento defeituoso de Wan-Bissaka.
Gordon só teve de encostar ????
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Bruno Fernandes foi vítima de uma dura entrada de Fabian Schar. O português ficou a pedir expulsão, mas o árbitro nem amarelo mostrou. O Newcastle teve a contrariedade de ver o guarda-redes Nick Pope ser forçado a sair devido a lesão. Para ocupar a baliza entrou Martin Dúbravka. Foi já com o eslovaco na baliza que Maguire, aos 89 minutos, introduziu a bola na baliza, mas o desvio involuntário do central foi feito em posição irregular, invalidando o empate. A vitória (1-0) dos magpies permite à equipa de Eddie Howe ultrapassar o Manchester United e ascender, à condição, ao quinto lugar, enquanto que os red devils correm o risco de, em caso de vitória do Brighton, caírem para oitavo.
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