Os salários em atraso no Boavista vão ficar “completamente regularizados” até ao final do dia, afirmou esta sexta-feira o presidente do clube, cujo incumprimento tinha sido revelado recentemente pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

O Boavista assumiu a existência de dois meses em atraso e essa circunstância fez com não fizéssemos o cumprimento salarial num momento mais oportuno. Só que o Boavista, ao contrário de outros clubes, não coloca os seus atletas a assinarem documentos para provar que tem os salários em dia. O Boavista assume a verdade: temos dois meses em falta, mas penso que isso não matará ninguém”, atirou Vítor Murta, durante a conferência de imprensa de apresentação de Ricardo Paiva como novo treinador principal da equipa.

Em 20 de dezembro, a LPFP tinha comunicado que o Boavista, da I Liga, e o Leixões e o Länk Vilaverdense, ambos do escalão secundário, não tinham cumprido a obrigação de mostrar até dia 15 a inexistência de dívidas salariais em setembro, outubro e novembro.

Boavista, Leixões e Länk Vilaverdense falham controlo salarial de dezembro

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As três sociedades têm agora um prazo adicional de 15 dias para regularizar essa situação junto de futebolistas e treinadores, sob pena de, segundo o Regulamento Disciplinar da LPFP, receberem uma subtração de dois a cinco pontos nas provas em que competem.

O Rio Ave assumiu publicamente há pouco tempo que tinha dois salários em falta, mas não houve as parangonas que se viram nos jornais sobre o Boavista. Eu percebo que a dimensão do Boavista é outra e se fale mais de nós, mas ninguém está morto aqui nem precisa de ser reanimado. Estamos bem vivos. Os salários ficarão totalmente resolvidos hoje no caso dos atletas e parcialmente quanto aos funcionários”, detalhou Vítor Murta.

Em setembro, Boavista e Länk Vilaverdense já tinham necessitado de um período extra para demonstrarem a inexistência de dívidas nos meses de maio, junho, julho e agosto. Os atrasos salariais no clube portuense levaram ao cancelamento dos treinos em 30 de setembro e 01 de outubro, após as exigências feitas pelos profissionais do departamento médico e pelos funcionários do Estádio do Bessa, que já teriam três meses por liquidar.

Vítor Murta mostrou-se disponível para negociar jogadores do Boavista na reabertura da janela de transferências, em janeiro de 2024, numa altura em que a SAD tem de saldar dívidas para desbloquear o impedimento de inscrição de novos atletas ditado pela FIFA.

“Eventual saída de Pedro Malheiro para o Benfica? Muito se tem falado sobre ele e acho que, por vezes, não é bom falarmos demasiado sobre as coisas, até porque isso afeta a cabeça dos atletas e dos colegas. Todos aqueles que fazem parte do plantel do Boavista estão no mercado. Se surgirem propostas boas para o clube e para o atleta, estamos na disposição de negociar, tal como estamos a fazer com o Malheiro e com outros”, admitiu.