O treinador do FC Porto reconheceu, esta quinta-feira, que a equipa está preparada para o dérbi com o Boavista, da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, desvalorizando, no entanto, o ambiente característico que estes jogos apresentam.
Em conferência de imprensa de antevisão da partida com os ‘axadrezados’, Sérgio Conceição frisou o “trabalho diário” dos portistas para preparar o embate e centrou a estratégia em perceber as fragilidades e pontos fortes do adversário de forma a conseguirem sair vitoriosos do Estádio do Bessa, na sexta-feira.
“O ambiente e a equipa não têm de ser um motivo de maior ou menor motivação. A motivação é a do trabalho diário e a de perceber que pontos fortes e frágeis o adversário tem, definindo a estratégia. Os jogadores têm de perceber que é um dérbi e isso traz sempre dificuldades adicionais, também associadas à qualidade do Boavista”, notou.
O técnico do FC Porto abordou ainda as questões financeiras que afetam o clube do Bessa, no qual existem salários em atraso, nomeadamente nos jogadores de futebol.
“Já tive situações em equipas em que tivemos o mesmo problema, não é benéfico para ninguém. A maior vitamina não é o salário em dia, isso é importante antes e depois do jogo. Jogar contra as equipas do topo da tabela é a maior motivação. Vão estar supermotivados para dar uma resposta positiva e fazerem o que o treinador lhes pede. Não será uma mais-valia para nós ou uma fragilidade do Boavista. Passei por isso enquanto treinador e jogador. Obviamente que há grupos diferentes, mas acredito que quando o árbitro apita, nada disso vai influenciar”, disse.
Sérgio Conceição quer acabar com os ‘baldes de água fria’ que, em algumas ocasiões, surpreendem o FC Porto em ciclos mais consistentes da equipa.
“Durante a época, há altos e baixos, não queremos é que esses baixos coincidam com derrotas. Não podemos olhar para a estatística, mas ver os espaços em que está o Makouta e o Pérez, o que o Bruno Lourenço gosta de fazer. Perceber o que fazem com bola e que dificuldades tiveram sem ela nos últimos jogos, tendo em conta os processos que o Ricardo [Paiva] tem tentado implementar. Para nós, o nosso trabalho é este. Em todos os jogos. Seja o Vilar de Perdizes, o Montalegre”, enumerou.
“Temos o Boavista amanhã [sexta-feira], que é o jogo mais importante, a seguir Estoril [Praia] para a Taça e depois [Sporting de] Braga e Moreirense. Como disse o André Villas-Boas, com toda a inteligência, a época desportiva é mais importante do que todo o ruído que se crie à volta”, salientou ainda.
O treinador do FC Porto aproveitou ainda a conferência de imprensa para se defender de críticas no que diz respeito aos ativos do FC Porto e ao mercado de transferências, explicando que não ‘atirou’ 45 milhões de euros para o ‘lixo’, numa alusão a David Carmo, Gabriel Veron e Fran Navarro.
“Quando dizem que deito ao lixo 45 milhões, são notícias mentirosas. O David Carmo e o Veron vieram há dois anos para aqui, os nossos gastos foram sempre menores do que as vendas. Dos três grandes, os nossos gastos têm sido menores do que as vendas. Quando dizem que um jogador está ‘morto’ como o Navarro ou o David Carmo, é mentira. Navarro realmente veio este ano e não encontrou espaço. Dou-vos o exemplo do Vitinha, que esteve emprestado, voltou e foi uma venda fantástica, foi formado no nosso clube. O David Carmo está a competir na equipa B, veio há dois anos e não este ano, Veron foi emprestado de maneira a melhorar o seu rendimento”, lembrou.
Sérgio Conceição levou mesmo para a conferência dados para documentar os valores que apresentou.
“O nosso clube está num momento onde há muita confusão e muita mentira, onde se mete cá para cima e se dá um ênfase grande a um pequeno desaire e se abafam as vitórias do FC Porto. Acabámos o ano de 2023 com 87 pontos, ninguém frisa nada disso, frisam que o Sérgio Conceição deitou milhões para o lixo e é pura mentira, quem atira para o lixo são esses senhores. Entre prémios da UEFA e vendas, em sete anos, fizemos 900 milhões de euros. De compras, dentro das condições que temos, em sete anos, gastámos 250 milhões de euros. É tanta a mentira… as coisas passam por ser verdade. Foi o que conseguimos nestes sete anos, associados aos títulos que ganhámos”, referiu o treinador, que relembrou ser “o mais titulado”.
O FC Porto, terceiro com 34 pontos, joga esta sexta-feira, às 20h45, no Estádio do Bessa, frente ao Boavista, 13.º classificado, com 16, numa partida da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que será arbitrada por Manuel Oliveira, do Porto.