Fosse pelas várias ausências no plantel, pelo rendimento recente do Estoril ou pela competitividade crescente do Campeonato sobretudo nas últimas jornadas, todos esperavam um encontro complicado para o Sporting na receção à equipa da Linha. No final, tornou-se um dos mais “fáceis”. E o arranque da 16.ª jornada não só reforçou a liderança dos leões no Campeonato como acabou por trazer uma noite de gala como há muito não se via num Estádio José Alvalade que começou a “meio gás” mas acabou com quase 40 mil nas bancadas.

Gyökeres já não precisa ser, basta estar (a crónica do Sporting-Estoril)

Com a goleada diante do Estoril, com cinco golos marcados como já não acontecia desde o 5-0 frente ao Sp. Braga em fevereiro de 2023, o Sporting conseguiu carimbar aquela que é a melhor série de resultados da temporada com um total de cinco vitórias consecutivas entre Campeonato, Taça da Liga e Liga Europa, algo que já não conseguia há mais de um ano (novembro e dezembro de 2022). Com isso, a formação comandada por Rúben Amorim conseguiu também prolongar o atual momento 100% vitorioso a jogar em casa com nove triunfos, algo que não acontecia desde 1979/80 e que o clube apenas alcançou em sete ocasiões.

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Unidade em destaque? De forma inevitável, Viktor Gyökeres. Melhor marcador do Sporting e segundo melhor marcador do Campeonato, o sueco ficou em branco frente ao Estoril mas conseguiu fazer algo que ainda não tinha feito desde que chegou a Alvalade com um hat-trick de assistências que empurrou os leões para a goleada. Contas feitas, o sueco, que esta semana foi eleito o melhor avançado do seu país em 2023, leva 18 golos e nove assistências em 22 jogos, sendo ainda o jogador com mais assistências… da Liga.

Com isso, o Sporting chega à penúltima jornada da primeira volta com um total de 40 pontos, mais 11 do que tinha na última temporada. Ao mesmo tempo, tem 37 golos marcados, naquele que é o melhor registo desde que o Campeonato passou a ter vitórias a valer três pontos (1995/96). Razões mais do que suficientes para Rúben Amorim confiar cada vez mais na possibilidade de lutar pelo título mas sem alterar o mesmo discurso ponderado do técnico verde e branco, já a apontar também para o próximo jogo da Taça de Portugal.

“Estamos e sentimo-nos capazes de ganhar qualquer jogo, este jogo não é um aviso a ninguém. Temos de ser humildes e respeitar os adversários. Frente a uma equipa boa com miúdos talentosos, fomos pragmáticos. Por esta fase das festas talvez não tivéssemos a prontidão de outros jogos mas fomos inteligentes, os jogadores perceberam da melhor forma os momentos e nas transições matámos o jogo. Surpreendido com os números? Obviamente que ninguém esperava, nem eu, pela qualidade do Estoril. Mas sabíamos onde ferir o adversário. Podíamos e devíamos fazer mais golos. Estivemos bem a controlar a profundidade do Rodrigo Gomes, o Guitane não teve espaço. Fomos inteligentes na abordagem”, comentou à SportTV.

“Agora temos o jogo com o Tondela para a Taça [na terça-feira]. O Morten [Hjulmand] não se sentiu muito bem e teve de sair. Queremos muito chegar à final da Taça de Portugal. Coates? Queremos recuperar todos, acho que vamos ter no próximo jogo mas só o facto de ele estar no balneário já ajuda”, acrescentou ainda Rúben Amorim, que voltou a abordar as baixas em janeiro e o mercado de transferências com possíveis reforços: “Nunca estamos tranquilos. Devido à prontidão dos meus jogadores, é minha responsabilidade do treino, nunca estou tranquilo. Temos certos alvos que queremos, se não conseguirmos não vamos de repente virar agulhas para outros e fazer algumas coisas que já fizemos no passado. Temos de acreditar muito naquilo que estamos a fazer e agarrar-nos uns aos outros quando tivermos que sofrer”.

“Se o Sporting está refém de Gyökeres? Espero é não saber se a equipa está refém… Não sou bruxo, não sei se lhe acontece alguma coisa, pode ter um problema, pode sair, mas esperamos não saber a resposta a essa pergunta. Se fosse treinador dos grandes europeus recomendava a contratação de Gyokeres? Isso é muito subjetivo. Sei que estou muito contente com o Viktor, mesmo não marcando teve o mesmo impacto. Não me meto no papel de um treinador de outro clube. Fico é feliz por ter o Viktor. Tem a sua cláusula e depois vamos ver”, salientou Rúben Amorim mais tarde na sala de conferências de imprensa.