O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) confirmou o arquivamento de cinco processos contra o ex-hacker Rui Pinto. A notícia, avançada pelo jornal Público, que teve acesso ao despacho de arquivamento assinado pelo procurador Carlos Casimiro, veio confirmar um cenário que já se afigurava provável em julho de 2020 quando, como então noticiado pelo Observador, os processos contra o antigo pirata informático foram provisoriamente suspensos, com vista a um eventual encerramento das investigações caso Rui Pinto cooperasse com as autoridades.

Ministério Público suspende cinco processos contra Rui Pinto devido a cooperação nas investigações ao futebol

Naquela altura, o ex-hacker comprometeu-se a não voltar a praticar os atos ilícitos de que era acusado pela justiça portuguesa e a auxiliar a investigação em curso — algo que fez, permitindo à Polícia Judiciária o acesso a milhões de documentos com informações potencialmente sensíveis.

De acordo com o documento a que o Público teve acesso, entre as principais razões que ditaram a decisão conta-se o facto de Rui Pinto não ter cometido mais crimes desde a altura em que o acordo de suspensão foi alcançado entre o Ministério Público e o juiz Carlos Alexandre. O DCIAP considera mesmo que a cooperação do ex-pirata informático tornou possível “afastar o mesmo da criminalidade” e reintegrá-lo na sociedade.

A decisão constitui assim uma vitória para o autor do Football Leaks e uma derrota para o Benfica, que nos últimos anos tem vindo a interpor vários recursos contra a decisão de perdoar o antigo pirata informático, pedidos esses que foram sendo sucessivamente rejeitados até este domingo e à decisão de arquivamento.

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