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Mesmo sem par, a Banda Eva continuar a tocar (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Este artigo tem mais de 6 meses

Numa altura em que está sem o parceiro Taremi, Evanilson continua a dar música e foi o melhor elemento do FC Porto na vitória contra o Sp. Braga (2-0), voltando a marcar depois do hat-trick na Taça.

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O avançado brasileiro marcou o segundo golo dos dragões, já na segunda parte

AFP via Getty Images

O avançado brasileiro marcou o segundo golo dos dragões, já na segunda parte

AFP via Getty Images

No último dia da segunda semana de janeiro, a margem de erro do FC Porto é praticamente nula. Depois do empate no Bessa e com o bom momento de Sporting e Benfica, os dragões sabem que qualquer escorregadela pode significar um afastamento difícil de recuperar para o topo da Primeira Liga. Este domingo, porém, o degrau era dos mais complexos de superar.

Depois de golear o Estoril na Taça de Portugal, a equipa de Sérgio Conceição recebia o Sp. Braga e estava obrigada a vencer não só para manter o terceiro lugar, já que os minhotos só tinham menos dois pontos, mas também para segurar as distâncias para Sporting e Benfica, que já tinham jogado e já tinham vencido as respetivas partidas. Na antevisão, o treinador dos dragões assumiu que o Sp. Braga é um “candidato ao título” e desvalorizou o facto de ser o primeiro “jogo grande” da temporada em casa.

Ficha de jogo

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FC Porto-Sp. Braga, 2-0

17.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Pepe, Fábio Cardoso, Wendell, Nico González (Stephen Eustáquio, 79′), Alan Varela, Francisco Conceição (Gonçalo Borges, 79′), Pepê (Iván Jaime, 87′), Galeno, Evanilson (Toni Martínez, 68′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Grujic, Jorge Sánchez, André Franco, Zé Pedro

Treinador: Sérgio Conceição

Sp. Braga: Matheus, Víctor Gómez, Paulo Oliveira, José Fonte, Cristián Borja (Roger, 75′), Vitor Carvalho (André Horta, 59′), João Moutinho, Álvaro Djaló (Rony Lopes, 86′), Rodrigo Zalazar (Adrián Marín, 75′), Ricardo Horta (Pizzi, 86′), Abel Ruiz

Suplentes não utilizados: Lukáš Horníček, Serdar, Joe Mendes, Djibril Soumaré

Treinador: Artur Jorge

Golos: Fábio Cardoso (12′), Evanilson (gp, 49′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pepê (25′), a Ricardo Horta (26′), a Vitor Carvalho (45+2′), a Nico González (62′), a Francisco Conceição (66′), a Paulo Oliveira (79′), a Álvaro Djaló (82′), a José Fonte (90+1′)

“Não trabalhamos para dar sinais de força, trabalhamos para ganhar os jogos. Contra as equipas que defrontámos e que estão à nossa frente foram dois jogos diferentes [Benfica e Sporting], sempre com uma atitude positiva e onde, nos dois jogos, houve algo em comum, que foi o facto de ficarmos em inferioridade numérica. O jogo de amanhã terá a sua história e a sua vida. Temos de ser muito competentes em todos os momentos e também nas bolas paradas, onde o Sp. Braga é fortíssimo e já fez mais de uma dezena de golos. Temos de estar atentos e explorar as fragilidades deles, preparar o jogo para darmos uma boa resposta e ganharmos”, explicou Sérgio Conceição, que passou ao lado de uma semana em que André Villas-Boas apresentou oficialmente a candidatura à presidência do clube.

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Neste contexto e ainda sem Zaidu e Taremi, que estão na CAN e na Taça Asiática, o treinador do FC Porto não fazia qualquer alteração ao onze inicial que defrontou o Estoril a meio da semana e mantinha a titularidade de Nico González e Francisco Conceição, deixando Eustáquio e André Franco no banco. Do outro lado, num Sp. Braga que vinha de uma derrota contra o Benfica na Taça de Portugal, Artur Jorge lançava o recuperado Álvaro Djaló de início e apostava em Paulo Oliveira e José Fonte no eixo defensivo em detrimento de Serdar.

O jogo começou algo morno, com Evanilson a ter o primeiro lance de maior perigo com um pontapé cruzado que Matheus encaixou sem dificuldades (4′). O Sp. Braga não foi capaz de repetir os arranques poderosos que alcançou nas duas partidas recentes contra o Benfica e deixou-se afundar no terreno, limitando-se a defender as investidas adversárias e demonstrando muitas dificuldades na hora de esticar a equipa.

Ainda dentro do quarto de hora inicial, sem que tivesse existido uma verdadeira oportunidade de golo, o FC Porto abriu o marcador: Francisco Conceição cobrou um livre muito encostado à direita e Fábio Cardoso, praticamente sozinho e entre os centrais minhotos, cabeceou para marcar (12′). Os dragões capitalizavam uma superioridade óbvia e que se estendeu até à meia-hora, com Evanilson a evidenciar-se graças ao espaço e aos lances que criava quando recuava no relvado para ir procurar bola e arrastar os marcadores diretos.

O Sp. Braga só conseguiu chegar perto da baliza de Diogo Costa com um remate muito torto de Álvaro Djaló (24′) e só acelerava precisamente nos corredores e através do avançado espanhol, já que o FC Porto conseguia estancar o criativo meio-campo minhoto que é essencial para o jogo ofensivo da equipa. Ricardo Horta ameaçou o empate, ao desviar um cruzamento para uma enorme defesa de Diogo Costa (32′), e a partida chegou ao fim da primeira parte mais equilibrada e distribuída pelo relvado, até porque o próprio FC Porto também diminuiu a própria intensidade.

Ao intervalo, os dragões estavam a vencer o Sp. Braga e a equipa de Artur Jorge estava muitos furos abaixo daquilo que conseguiu mostrar contra o Benfica no Campeonato e na Taça de Portugal — não só demérito próprio, porque não encontrava soluções e estava francamente desinspirada, mas também por mérito do FC Porto, que parecia ter encontrado a solução tática ideal para anular o adversário.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Sp. Braga:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o FC Porto entrou na segunda parte praticamente a aumentar a vantagem: Matheus fez falta sobre Evanilson no interior da grande área e o próprio brasileiro, na conversão da grande penalidade, não falhou (49′). O Sp. Braga reagiu por intermédio de Zalazar, que rematou por cima (56′), e Artur Jorge decidiu mexer desde logo no meio-campo e trocar Vitor Carvalho por André Horta.

Com dois golos de vantagem, os dragões baixaram as linhas e aproximaram os setores, passando a apostar mais na transição rápida e procurando gerir o resultado e esvaziar as tentativas dos minhotos. Sérgio Conceição mexeu pela primeira vez já dentro dos últimos 25 minutos, trocando um esgotado Evanilson por Toni Martínez, e Artur Jorge fez mais duas substituições ao lançar Roger e Adrián Marín nos lugares de Borja e Zalazar.

O jogo foi caminhando para o fim sem grandes solavancos, oportunidades ou situações de perigo e o FC Porto acabou por vencer o Sp. Braga de forma muito natural e sem que o resultado chegasse sequer a estar em causa — mantendo-se assim a quatro pontos do Benfica e a cinco do líder Sporting e abrindo uma vantagem de cinco pontos em relação aos minhotos, que já estão a 10 do primeiro lugar. Numa altura em que está sem o parceiro Taremi, que está com o Irão na Taça Asiática, Evanilson voltou a marcar depois do hat-trick na Taça de Portugal e deixou claro que vai continuar a dar música.

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