O anúncio da apresentação da candidatura de André Villas-Boas à presidência do FC Porto nas eleições de abril foi mexendo com o universo azul e brancos nos últimos dias e não só, como se viu numa entrevista de Vítor Baía, atual administrador da SAD dos dragões, ao jornal O Jogo. Aí, o antigo guarda-redes e capitão dos portistas abordou sobretudo as queixas pela dualidade de critérios nas arbitragens da Liga mas aproveitou a oportunidade para dizer que tinha sido sondado pelo movimento que apoia o ex-treinador do clube, falando nas figuras de Antero Henrique e Raul Costa como nomes que acompanham Villas-Boas nos bastidores.

“Se fosse o Pepe a colocar a cabeça na testa de um auxiliar era quase irradiado”, aponta Vítor Baía

Como é normal antes de qualquer sufrágio, ainda para mais um que promete ser bem mais disputado do que em ocasiões anteriores, a troca de “galhardetes” começou. No entanto, esta será mesmo uma corrida onde não parece passar ao lado e, esta terça-feira, houve mais um episódio paradigmático dessa ideia.

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Jorge Costa, treinador do AVS que já liderou a Segunda Liga e que está nesta altura na terceira posição a dois pontos do Santa Clara e em igualdade com o Nacional, marcou presença no V Fórum de Treinadores que foi organizado pela Liga Portugal na Alfândega do Porto. À margem do evento, e em resposta aos jornalistas, voltou a “anunciar” o apoio a André Villas-Boas. “Amanhã [quarta-feira] cá estarei”, atirou, recordando o anúncio oficial da candidatura do antigo treinador portista que está marcado para este dia 17.

“Só há um Porto”: André Villas-Boas apresenta candidatura à presidência do FC Porto após jogo com Sp. Braga

Não sendo a primeira vez que revela o apoio ao ex-técnico, tendo mesmo assumido as razões que levam a que veja com bons olhos uma mudança na liderança do FC Porto sem esquecer o papel que Pinto da Costa teve ao longo de quatro décadas (“O clube precisa de coisas diferentes mas há uma coisa que é clara como água: Jorge Nuno Pinto da Costa foi, é e será a minha grande referência e a de todos os portistas, como presidente. Será o presidente dos presidentes. É inquestionável”, disse numa entrevista ao JN), Jorge Costa voltou a revelar esse posicionamento. Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, não gostou. “Um traidor será sempre um traidor”, escreveu nas redes sociais, com a imagem de uma entrevista do ex-central à revista Sábado há um ano em que contava que já tinha comido caracóis na Damaia com o pai de Rui Costa.

De referir que Jorge Costa ficou como um dos jogadores com mais encontros realizados pelo FC Porto, clube onde fez a formação e onde saiu apenas por empréstimo para Penafiel e Marítimo antes de ficar no plantel dos azuis e brancos em 1992. Uma década depois, o antigo central ainda esteve seis meses nos ingleses do Charlton mas regressou ao Dragão para mais três épocas antes de terminar a carreira nos belgas do Standard Liège em 2005/06. Além de ter sido campeão mundial Sub-20 por Portugal em 1991 (altura em que iniciou uma forte amizade com o atual presidente do Benfica, que perdurou ao longo dos anos na Seleção e fora do contexto desportivo), Jorge Costa foi um dos mais carismáticos capitães dos azuis e brancos, tendo ganho todas as provas que existiam para ganhar incluindo uma Champions e uma Taça UEFA.