O PSG podia muito bem ser o ponto de chegada da carreira de qualquer jogador: presença num clube competitivo a nível interno e europeu, salário milionário, vida numa cidade do agrado de muitos. Porém, Kylian Mbappé tem em mente que está apenas de “passagem” na capital francesa. O internacional gaulês escolheu a revista GQ para afirmar que, mesmo que não seja este verão, altura em que termina contrato com o campeão da Ligue 1, no futuro, pretende conhecer outras realidades.

“Nalgum momento vai ser a minha vez de sair. Não estou preocupado com essas mudanças. Penso simplesmente em continuar a minha carreira e em seguir o meu próprio caminho”, disse o avançado que viu Messi e Neymar saírem do plantel. “A vontade de vencer, de ir para lá dos limites do possível e de fazer grandes coisas está profundamente dentro de mim. Acho que devo isso à educação e orientação que recebi dentro e fora de campo e que me ajudaram a construir-me como jogador e como homem”. Mbappé está progressivamente a preparar todos para protagonizar uma das mudanças mais relevantes do futebol nos próximos tempos, mesmo que os dirigente do PSG ainda não tenham desistido de seduzir o jogador que cumpriu recentemente 25 anos.

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Mbappé parece estar imune ao turbilhão de emoções que o rodeia. Na semana passada, a NBA fez uma visita a Paris e, na fila da frente da Accor Arena para assistir ao Cleveland Cavaliers-Brooklyn Nets, estava uma exposição de estrelas. Mbappé era uma delas. Sentado ao lado do irmão, Ethan, e de outros jogadores do plantel do PSG, assistiu ao encontro como se nada se passasse e até teve um momento de confraternização com Ronaldo Fenómeno, antiga lenda do Real Madrid, clube interessado na sua contratação.

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Com base na liga norte-americana de basquetebol, Mbappé partilhou com a GQ o que pensa do denso calendário. “Estamos a aproximar-nos do modelo da NBA, com temporadas de 70 jogos. Pessoalmente, não sou contra tantos jogos, mas não conseguiremos ser sempre bons e dar ao público o espetáculo que ele espera”, comentou. “Na NBA, os jogadores não jogam todos os jogos e os franchises praticam load management [estratégia de gestão da condição física dos jogadores que a NBA tem tentado combater]. Se eu disser ‘Estou cansado, não vou jogar no sábado’, isso não ia cair bem. O adepto que paga bilhete, e que só te pode ver uma vez por temporada, quer ver um desempenho digno e isso é compreensível”.

Este ano, o calendário competitivo de Mbappé pode ainda ficar mais assoberbado, dado que o jogador admite a possibilidade de participar nos Jogos Olímpicos que se realizam em Paris. “Cheguei a uma fase da minha vida e da carreira em que não quero forçar nada. Se me pedirem, adoraria ir, mas se não for possível, entendo”. O torneio olímpico começa a 24 de julho, dez dias depois da final do Europeu. “Para os atletas, os Jogos Olímpicos têm um lugar especial. Queria ter ido a Tóquio [em 2021], porque quero ganhar tudo e escrever o meu nome na história da seleção francesa como um jogador importante”.