O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) adiantou, esta sexta-feira, que vai, a partir de fevereiro, aumentar a exigência aos operadores da Unir, nova rede de autocarros da região, para cumprirem o estabelecido.

“Neste momento, acho que estão estabilizados os conhecimentos da realidade e as adaptações necessárias, portanto, agora temos que exigir de uma forma mais fortalecida ao operador porque é o operador que está no terreno a tratar da operação”, disse Eduardo Vítor Rodrigues aos jornalistas, no final da reunião do Conselho Metropolitano do Porto.

Depois da nova rede Unir ter arrancado a 1 de dezembro é agora tempo de, depois da fase de transição e ajustamento, avançar para uma nova etapa, afirmou o autarca, revelando que num universo de cerca de 700 autocarros há ainda perto de 100 deles sem validador.

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Eduardo Vítor Rodrigues, que também assume a liderança da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, reforçou que os operadores que ganharam os concursos têm de cumprir com aquilo com que se comprometeram, nomeadamente a instalação dos validadores.

E acrescentou: “Os validadores são fundamentais para contabilizar as pessoas que vão nos autocarros e para perceber que, provavelmente, algumas linhas e alguns horários não fazem muito sentido porque não têm procura”.

A operação da Unir que começou a operar a 1 de dezembro em todo o território da região, após anos de litigância nos tribunais com os anteriores operadores, tem sido marcada por muitos protestos dos passageiros. Atrasos, carreiras por cumprir e falta de informação estão entre as principais queixas.

Reconhecendo que a operação arrancou com problemas, sobretudo nos lotes onde houve mudança de operador, o autarca frisou, contudo, que a rede não foi concebida pela AMP, mas sim pelos municípios.

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“É preciso não esquecer que a Unir teve um caderno de encargos que foi desenhado e montado pelos municípios que só ainda não está totalmente no terreno por falta de capacidade em termos de número de motoristas e de autocarros das empresas que venceram o concurso”, reforçou.

Dizendo estar “orgulhoso da revolução que está a acontecer no transporte público rodoviário na Área Metropolitana do Porto”, o presidente da AMP entendeu que é necessário incidir nos lotes onde as coisas estão a correr menos bem.

Há lotes que não têm registado problemas, tal como Matosinhos, e outros onde os problemas são pontuais e vão sendo corrigidos, sublinhou.

Na reunião, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, mostrou “profundo descontentamento” em relação à operação que, até então, “não tem tido evolução positiva”

Depois de dois meses do arranque da operação, o lote 5 que Oliveira de Azeméis integra juntamente com Santa Maria da Feira, Arouca, São João da Madeira e Vale de Cambra, tem sido pautado por “autocarros velhos, supressão de horários e centenas de pessoas nas paragens sem solução”, frisou o autarca.

Também o presidente do Município de Vale de Cambra, José Silva, alinhou nas críticas dizendo que há linhas que não servem e outras que não são executadas desvirtuando as rotinas das pessoas.

Já Eduardo Vítor Rodrigues ressalvou que o lote 5 está com problemas porque o operador não está a ter capacidade de arranque como os demais.