A pedra preciosa que foi encontrada, embrulhada em papel vegetal, durante as buscas da Polícia Judiciária a Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, é, ao contrário do que tinha assegurado a defesa, um diamante avaliado em 50 mil euros. A perícia, que já é do conhecimento do juiz de instrução, foi realizada pela Imprensa Nacional — Casa da Moeda, avança a CNN Portugal, que indica que Miguel Albuquerque terá recebido outro igual.
A avaliação conhecida esta terça-feira contraria as declarações de Paulo Sá e Cunha, advogado do ex-autarca, que no dia 31 de janeiro tinha dito que se tratava “de um elemento de uma produção de diamantes sintéticos produzidos por uma empresa da Madeira, visitada por Pedro Calado e Miguel Albuquerque, em que foi oferecida uma amostra do produto”. “Não se trata de um diamante”, assegurou, dizendo que era um objeto de “valor desprezível”.
Durante as buscas a Pedro Calado, além da pedra preciosa em questão, foram encontradas 21 garrafas de vinho de edição limitada, canetas e 15 relógios de marcas como Cartier ou Frank Mueller ou ainda talão de uma transferência bancária de 7.500 euros para Miguel Albuquerque, presidente demissionário do governo regional da Madeira.
Na sequência de buscas na Madeira, a Polícia Judiciária deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo Socicorreia, Custódio Correia. O antigo autarca do Funchal começou esta terça-feira de manhã a ser ouvido em tribunal, 14 dias após a detenção e após terminadas as inquirições aos outros dois suspeitos de corrupção.
O advogado Paulo Sá e Cunha disse que Pedro Calado, embora “naturalmente cansado” e “numa situação de privação da liberdade”, está “muitíssimo concentrado na sua defesa” e tem tido “um belíssimo desempenho” nos esclarecimentos.
Advogado atribui bom desempenho ao ex-presidente da Câmara do Funchal no interrogatório