O Campeonato do Mundo colocou o râguebi de Portugal no ponto mais alto da sua história, com um empate a 18 frente à Geórgia e o primeiro triunfo de sempre numa fase final contra Fiji, mas a “ressaca” do brilharete em terras francesas acabou por não ser propriamente fácil, com uma inesperada derrota diante da Bélgica no início do Europe Championship, o equivalente ao Torneio das Seis Nações B. Logo no primeiro encontro e perante uma exibição onde nada saiu bem, os Lobos deixavam de ter margem de erro na competição.

Lobo que é Lobo também chora de alegria: Portugal consegue a primeira vitória de sempre no Mundial de râguebi

Essa derrota por 10-6 acabou por ser uma espécie de “abre olhos” para o que se seguiria e a Seleção mostrou nos encontros seguintes que chegou a um novo patamar do qual recusa abdicar. Ganhou depois de forma clara na receção à Polónia (54-7), foi à Roménia que era por tradição um terreno sempre complicado de passar ganhar por 49-24 e alcançou as meias-finais, onde bateu a Espanha por 33-30 em mais um triunfo com muito coração à mistura depois de uma primeira parte em que saiu a perder por 20-13. Agora, seguia-se esse último passo na decisão diante da Geórgia, uma crónica candidata a ganhar a competição.

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“Sabemos que vamos encontrar uma equipa supercompetente, supercompetitiva, mas não se mete tanto trabalho e tanta energia em algo se não for para ganhar. Provavelmente lidamos melhor em não sermos favoritos. Portugal quer ser uma equipa de topo, tem de saber lidar com essa pressão e começar a abordar os jogos para ganhar e não apenas só para competir. Já estamos a um nível em que isto não é só começar a ganhar jogos, irmos ao Mundial, sermos reconhecidos pela nossa qualidade de jogo e, de repente, não aceitamos a pressão e somos sempre ‘underdogs‘”, apontara o técnico nacional João Mirra.

Afinal, somos melhores com as mãos do que com os pés: Portugal faz história no Mundial com o empate frente à Geórgia

De forma inevitável, a Geórgia surgia como favorita. Porque ganhara as últimas seis edições da competição, porque nos últimos 13 anos conquistou a prova em 12 ocasiões, porque desde o último triunfo de Portugal em 2004 numa final contra a Roménia tinha ficado com 14 dos 17 troféus disputados. No entanto, a forma como os Lobos conseguiram arrancar um empate que até soube a pouco no último Campeonato do Mundo apenas seis meses depois da vitória dos georgianos na final do Europe Champioship de 2023 por 38-11 abria a possibilidade de outro destino da equipa nacional na decisão marcada este domingo para Paris.

No entanto, aquilo que se viu foi sobretudo as razões pelas quais Portugal não consegue bater a Geórgia há quase duas décadas, numa partida quase sempre dominada pelo conjunto de Leste que chegou ao intervalo com a Seleção ainda dentro do resultado (12-3, com quatro penalidades transformadas por Luka Matkava contra uma na parte final de Hugo Camacho) mas que terminou com uma derrota clara por 36-10, com ensaios de Akaki Tabutsadze (dois), Vano Karkadze e Mikheil Alania. Rodrigo Marta reduziu aos 79′.