Os trabalhadores da Cimpor, que realizaram uma greve de três dias, a partir de terça-feira, exigem uma reunião à administração para avançar com o processo negocial e irão convocar plenários para discutir novas formas de luta, segundo um comunicado.

Trabalhadores da Cimpor iniciam nesta terça-feira greve de quatro dias

Na nota, da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom), a estrutura sindical começou por fazer um balanço da paralisação, indicando que “levou à paralisação total da produção e a uma forte afetação nas vendas de cimento”.

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“A verdade é que a receita que a empresa está a perder daria, no todo ou em parte, para atender às nossas reivindicações”, destacou.

A Feviccom disse depois que iria agora “exigir uma reunião urgente à Administração para dar sequência ao processo negocial, de forma a encontrar-se uma solução que valorize dignamente os salários, responda às diversas reivindicações pecuniárias e não pecuniárias, reduza o horário semanal de trabalho, respeite os direitos, consagre o Apoio Complementar na Saúde a todos os trabalhadores, reformados e seus familiares e garanta a igualdade de tratamento entre os trabalhadores das diversas empresas”.

A organização sindical prometeu “realizar plenários em todas as fábricas, em datas a anunciar oportunamente, para analisar os impactos da greve e discutir e decidir novas ações de luta, caso a administração não responda positivamente às propostas já apresentadas pelos trabalhadores das empresas do grupo Cimpor”.

A estrutura sindical disse ainda que o novo acionista do grupo, a Taiwan Cement (TCC) Corporation, “apresentado como o terceiro grupo mundial no negócio dos cimentos, tem a responsabilidade social e a obrigação empresarial de considerar e assumir as propostas sindicais em Portugal”.

Tem ainda, defendeu, “o dever de melhorar significativamente os salários e assegurar um conjunto de direitos, como o Apoio Complementar na Saúde, que mantém em Taiwan” mas que, em Portugal, “retirou aos atuais e futuros reformados e seus familiares”, assegurou.

Os trabalhadores reclamam aumentos salariais de 8% em 2024, num mínimo de 200 euros, um período normal de trabalho de 37 horas semanais a partir de 1 de janeiro de 2025, o pagamento de anuidades, a retribuição do trabalho por turnos, feriados no regime de laboração contínua e o pagamento do 15.º mês.

Entre as reivindicações estão ainda apoio escolar a filhos dos trabalhadores, transportes e abonos para deslocações, o alargamento da progressão de carreira de diversas categorias profissionais, a criação de uma nova categoria profissional de Oficial de Conservação Elétrica e Eletrónica e melhorias no serviço de prevenção.