Ganhar em Chaves ou ganhar ao Desp. Chaves é tudo menos novo para o FC Porto. Este sábado, manteve-se a regra: nos últimos 35 jogos os dragões não sofreram qualquer derrota em 90 minutos, nos últimos 13 foram vencedores, nos últimos seis em Trás-os-Montes para a Primeira Liga ganharam sempre por dois ou mais golos. No entanto, e olhando para aquilo que tem sido o percurso recente dos azuis e brancos, a noite trouxe outras boas notícias entre o triunfo por 3-0 como o facto de terem somado a terceira partida sem perder após três partidas sem ganhar na prova e mantido a baliza a zeros depois de seis jogos seguidos a sofrer.

O clã Conceição, o pai que pode ou não sair e o filho que é mesmo para ficar (a crónica do Desp. Chaves-FC Porto)

Entre dados coletivos, sobraram boas notas individuais numa noite de confirmação de adeus. Logo à cabeça, a estreia de Gonçalo Sousa, avançado de 17 anos que leva 35 encontros entre equipa B e juniores (sete golos) que se tornou o mais novo na equipa com média mais jovem utilizada esta temporada nos últimos minutos em Chaves. Depois, os números de Francisco Conceição, que ultrapassou o pai Sérgio no número de jogos pelos dragões (90-89) e igualou também o número de golos (11). Por fim, e naquele que era o último encontro de Pinto da Costa como presidente antes da tomada de posse de André Villas-Boas, Simone Inzghi, técnico do Inter (que perdeu com o Sassuolo mas já é campeão), confirmou a contratação de Taremi, avançado que regressou à titularidade diante os transmontanos com um golo e uma assistência para Evanilson.

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“Aquilo que quero ver na minha equipa, independentemente dos objetivos, é representar o clube da melhor forma em cada dia. Falo de uma grande ambição, empenho, determinação. Isso está. Entrámos no jogo sem brilho, prazer, quando é assim já fica mais difícil. Eu disse isso aos meus jogadores. Demorámos a entrar no jogo, tivemos a expulsão… as incidências foram ao encontro da nossa equipa. Eles correram e deram o melhor, mas quando temos alegria e brilho no olho as coisas ficam mais fáceis porque temos mais qualidade”, começou por referir Sérgio Conceição na zona de entrevistas rápidas da SportTV.

“Isso do não haver o objetivo do Campeonato… Eu quando era miúdo jogava na estrada sem sapatilhas, só tive as primeiras aos 13 anos. Hoje terminámos com uma equipa muito jovem, o mais velho era o Pepê que tem 27 anos. Eu com os meus filhos em casa ou com amigos, mesmo com os meus joelhos em dificuldades, sou sempre competitivo. Parece que é daquelas profissões como trabalhar nas obras e não é, nós somos abençoados. Temos que aproveitar mais isso, representar um clube como o FC Porto e ter paixão pelo futebol. Gonçalo Sousa? Eles merecem. Tínhamos lesões, castigos, olhámos para o jogo. Fiquei contente pela estreia. Tem muito talento, depois é preciso mais para chegar ao topo e manter-se a seguir no topo. Fico contente por mais um jogo consistente do Martim também. Tínhamos 11 jogadores que vieram da formação na ficha de jogo, embora os adeptos olham sempre para o resultado”, reforçou o técnico.

“Números do Francisco? O António Oliveira foi o grande culpado disso, porque me metia a jogar a lateral. Se jogasse na frente, tinha feito mais uns golos… É importante que a família fique ligada a este grande clube, enche-nos de orgulho. É um prazer enorme. Fico contente pelo Francisco, mas também pelo Martim, pelo Gonçalo e por todos os miúdos que aparecem, com talento, depois são lançados, dão uma resposta positiva e são uma mais valia para o clube”, comentou sobre as marcas de Francisco Conceição.

“Taremi? É um profissional fantástico. Jogou como se tivesse dez anos de contrato e isso para mim é que é importante. Seria uma estupidez não utilizá-lo porque para o ano vai para outra equipa. Há outros jogadores, que por um motivo ou outro vão sair e têm quatro anos de contrato, que por vezes não têm a capacidade para dar tudo o que o Taremi deu e continua a dar. O futebol é assim. Não é só o FC Porto, há outros clubes a nível nacional e internacional. Há jogadores que chegam a uma certa idade e os clubes acabam por colocar na balança se é melhor a continuidade, tendo em conta os custos para o próprio clube, ou o deixar sair.A opção da direção é esta e temos que respeitar. É um profissional fantástico. São todos meus filhos. Quem dá mais no treino ou em termos de estratégia, se achar que tem importância vai iniciar o jogo, se achar que vai para o banco, vai para o banco, se achar que fica em casa, fica em casa. É tratado como os outros, como foram outros num passado recente comigo e que saíram também nesta situação”, concluiu.