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O clã Conceição, o pai que pode ou não sair e o filho que é mesmo para ficar (a crónica do Desp. Chaves-FC Porto)

Francisco Conceição sacou de um ás de livre, Pius teve um bluff despropositado, Evanilson e Taremi voltaram a ser reis no ataque e FC Porto ganhou um presente em Chaves já a pensar no futuro (0-3).

Francisco Conceição inaugurou o marcador de livre direto num dia especial em que superou o número de jogos pelo FC Porto do pai
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Francisco Conceição inaugurou o marcador de livre direto num dia especial em que superou o número de jogos pelo FC Porto do pai

PEDRO SARMENTO COSTA

Francisco Conceição inaugurou o marcador de livre direto num dia especial em que superou o número de jogos pelo FC Porto do pai

PEDRO SARMENTO COSTA

Era um período de crise, manteve a questão do risco, perdeu uma grande oportunidade. Depois de um ato eleitoral com a participação de mais de 27.000 sócios que sentenciou a saída de Pinto da Costa pela porta pequena com um resultado abaixo dos 20% e promoveu uma nova era liderada por Villas-Boas com números esmagadores, o FC Porto perdeu uma oportunidade de redenção na receção ao Sporting que não só poderia funcionar como bálsamo para uma temporada cheia de feridas dos azuis e brancos como daria um conforto extra na defesa do terceiro lugar do Campeonato. Agora, naquele que seria o último encontro da figura que chefiou o clube ao longo de mais de quatro décadas, não havia margem de manobra em Chaves, mas nem isso evitou que metade da conferência de Sérgio Conceição andasse em torno do que se passa fora de campo.

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“Abraço entre Pinto da Costa e Villas-Boas? É um presidente que perdeu as eleições e outro que ganhou. Por enquanto, ainda temos o nosso presidente, a passagem de testemunho vai acontecer. Eu, como treinador, tenho que preparar a equipa e focar-me no jogo, os jogadores igual, vivendo um bocadinho à margem do ruído que existe neste período. Não há nada mais do que isso. Mas claro que gosto de ver duas pessoas a abraçarem-se, é bom sinal”, comentara nesse lançamento da partida, perspetivando também um momento que irá selar em definitivo a transição no poder com a tomada de posse marcada para terça-feira.

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“Se já falei com o novo presidente? Esta conversa faz-me lembrar o que dei em História, o Tratado de Zamora. É uma conversa normal, do presidente para um funcionário do clube que é o treinador. Todas as questões que o novo presidente quiser falar comigo, vou responder. Vai inteirar-se de várias coisas, falar com vários funcionários. Acho normal. O que vou dizer? Não sei o que me vão perguntar… Parece que estamos a falar de algo que não é normal, um presidente sentar-se com o treinador, alguém que também é importante nos clubes. Não vejo nada de estranho nisso, acho que é absolutamente normal e natural”, acrescentara a esse propósito, sem querer abrir o jogo em relação ao peso que a renovação por quatro anos terá ou não.

A hora é de mudança, de viragem, de transição. No clube, em parte também no futebol. E depois da aposta em Martim Fernandes para o clássico, Sérgio Conceição passou ao lado das críticas dos empresários de Iván Jaime e falou no “melhor para o clube”. “Não sou de meter um miúdo rapidamente porque tem qualidade, de forma a que depois queime as tais etapas necessárias. Estou a falar do exemplo do Martim com o Sporting, entrou porque achámos que estava preparado e porque era fundamental o Pepê jogar mais adiantado. Essas mudanças é que vejo, aquilo que a equipa necessita. Olhando para o início da época e para a equipa que jogou agora contra o Sporting… Já tenho essas mudanças todas que fazem parte do meu trabalho. Depois, a vida associativa do clube, é a que é. Os sócios são soberanos, eles é que decidem. Estamos aqui como funcionários para dar o nosso melhor, sendo que, como sempre disse, para estar no FC Porto não basta ter contrato. Aqui ninguém está agarrado a nada, há uma instituição acima de tudo e todos”, salientara.

Sobre o Desp. Chaves, pouco ou nada se falou. E entre as duas questões em relação ao adversário desta noite, sobrava essa teoria do “copo meio cheio e meio vazio” de uma equipa a ter de pontuar para fugir à descida de divisão mas que atravessava uma fase crítica da temporada. “Acho que é um fator de motivação para os jogadores do Desp. Chaves defrontarem o FC Porto, um grande do futebol português e perceberem que dentro desse jogo vão ter a esperança de ficarem na Liga. Para eles é um jogo decisivo, para nós todos os jogos são decisivos. Têm feito mudanças e devemos estar bem, percebendo o que o adversário pode fazer em função de quem joga”, apontara perante um cenário em que, em caso de derrota, os transmontanos ficariam com pé e meio na Segunda Liga apesar de haver uma réstia de esperança de chegarem ao playoff.

Foi isso que aconteceu, também por culpa própria. Junior Pius já não tinha deixado a melhor imagem na Luz frente ao Benfica quando cometeu duas grandes penalidades no mesmo encontro e agora pior ficou quando, já com um amarelo que no limite poderia valer algo mais, teve uma entrada dura sobre Alan Varela e foi expulso antes da meia hora inicial. No entanto, esse erro não chega para retirar mérito ao triunfo do FC Porto, que no regresso de Taremi à titularidade voltou a conseguir algumas movimentações ofensivas que pareciam ter ficado esquecidas num passado não muito longínquo. Principal figura? Mais uma vez, o inevitável Francisco Conceição. O pai, Sérgio, poderá ou não continuar no comando da equipa apesar de ter mais quatro anos de contrato mas o filho será uma das chaves da nova era do futebol dos azuis e brancos.

Ficha de jogo

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Desp. Chaves-FC Porto, 0-3

32.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Chaves

Árbitro: José Bessa (AF Porto)

Desp. Chaves: Rodrigo Moura; Sylla (Sandro Cruz, 46′), Ygor Nogueira, Vasco Fernandes, Junior Pius; Dário Essugo, Kelechi (Benny, 81′), Morim (Cafu Phete, 89′); Rúben Ribeiro (Guima, 69′), João Correia e Héctor Hernández (Jô Baptista, 69′)

Suplentes não utilizados: Hugo Souza, Bruno Rodrigues, Steven Vitória e Paulo Victor

Treinador: Moreno

FC Porto: Diogo Costa; Martim Fernandes (Romário Baró, 65′), Zé Pedro, Otávio, João Mendes; Nico González (Eustáquio, 79′), Alan Varela; Pepê, Francisco Conceição (Gonçalo Borges, 83′), Taremi (Gonçalo Sousa, 83′) e Evanilson (Danny Namaso, 79′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Fábio Cardoso, Grujic e Wendel Silva

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Francisco Conceição (26′), Evanilson (45+1′) e Taremi (73′, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Junior Pius (24′ e 28′), João Correia (45+4′), Martim Fernandes (60′) e Eustáquio (88′); cartão vermelho por acumulação a Junior Pius (28′)

O encontro teve um início a funcionar quase como um espelho daquilo que se sentia nas bancadas também pelas campanhas menos conseguidas das equipas em relação aos objetivos no início da temporada: algo frio, desligado, sem grande criatividade, com hipóteses zero de criar oportunidades. Ainda houve aquele lance caricato que depois corre mundo quando Diogo Costa tentou dar a bola a Zé Pedro mas o passe longo mal calculado por pouco não entrou na própria baliza (3′) e uma tentativa de meia distância de Pepê que saiu ao lado da baliza de Rodrigo (13′) mas o jogo, sem grande qualidade, passava-se sempre longe das zonas de finalização e com poucos motivos de interesse até pela necessidade de vitória que ambas as equipas tinham.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Desp. Chaves-FC Porto em vídeo]

Foi a partir daí que começou a aparecer mais Francisco Conceição pela positiva e Junior Pius pela negativa. Foi a partir daí que a história do encontro começou a ser escrita com traços definitivos ainda antes do tempo de descanso, altura em que o Desp. Chaves iria trabalhar mais para evitar um resultado pesado do que para dar a volta ao que estava sentenciado. O ala esquerdino ainda teve um rasgo individual para ganhar a linha e ver Taremi falhar o desvio para a baliza (17′) mas brilhou sobretudo na marcação de um livre direto que fez o 1-0 em Trás-os-Montes, selando o dia em que ultrapassou o número de jogos Sérgio Conceição, com o 11.º golo pelos dragões… tal como o pai (27′). Logo a seguir, o vermelho: Junior Pius já estava marcado depois da falta sobre Pepê que originou o golo inaugural por ter encostado a cabeça ao árbitro José Bessa e teve uma entrada dura sobre Alan Varela, vendo o segundo amarelo com menos de meia hora de jogo (28′).

Em pouco mais de um minuto, a estratégia do Desp. Chaves ruía por completo, sendo que o FC Porto passou a partir daí a ter ainda mais o domínio da partida e com criação de oportunidades para aumentar a vantagem antes do intervalo. Não foi à primeira, quando Taremi tentou um remate acrobático que saiu ao lado (38′) e Evanilson rematou para defesa de Rodrigo Moura para canto apesar da indicação de pontapé de baliza (41′). Não foi à segunda, quando João Mendes aproveitou uma segunda bola para rematar sem hipóteses mas viu o golo ser anulado pelo VAR por fora de jogo no início da jogada (42′). Foi mesmo à terceira: grande jogada coletiva do ataque dos azuis e brancos, passe de Pepê para a desmarcação de Taremi na área, toque de classe do iraniano para Evanilson e remate forte de primeira para o 24.º golo da época e o 2-0 (45+1′).

Com Sandro Cruz no lugar de Sylla e João Correia a voltar ao lugar de origem na lateral, os transmontanos ainda tiveram uma boa oportunidade no arranque da segunda parte, com um desvio de cabeça na área que passou por cima da baliza de Diogo Costa (50′), mas foi o FC Porto que recuperou a tendência de domínio e criação de oportunidades na área contrária, como aconteceu em mais uma grande jogada pela direita de Francisco Conceição com cruzamento para o desvio de Pepê em boa posição por cima (52′). Prometia muito, acabou por render pouco. E, entre as substituições nas duas equipas, o jogo foi perdendo intensidade.

Ainda assim, e em cada fase de aceleração, os azuis e brancos (que jogavam com o equipamento alternativo) conseguiam ganhar vantagem como aconteceu no lance de 3-0, com Pepê a ser travado de forma clara na área por Dário Essugo e Taremi a aproveitar para voltar aos golos de grande penalidade (73′). Se dúvidas ainda existissem, as contas estavam de vez fechadas, o que permitiu a Sérgio Conceição rodar alguns nomes com mais minutos e promover estreias como a de Gonçalo Sousa, avançado de 17 anos da equipa B que teve a oportunidade de fazer a estreia pelo conjunto principal dos azuis e brancos. Depois de se falar tanto do setor da formação durante a campanha, são cada vez mais os jovens jogadores lançados na equipa A dos dragões.

 
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