A empresa Transportes Sul do Tejo (TST) lamentou esta sexta-feira os incómodos provocados pela greve da passada quinta-feira e lembrou que já tinha chegado a um acordo com os sindicatos, que previa aumentos salariais de 5,89% em 2024.

A posição da empresa que assegura os transportes públicos rodoviários na área 3 da Carris Metropolitana de Lisboa, que abrange os concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, surge na sequência do primeiro de dois dias de greve marcados para este mês (9 e 28 de maio), depois de os trabalhadores terem recusado a proposta de aumentos salariais da administração da TST.

Em comunicado esta sexta-feira divulgado, a TST recorda que já tinha chegado a um acordo com as Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT) que, entre outras matérias, previa aumentos salariais de 5,89%, com um mínimo de 60 euros por trabalhador, e uma atualização do subsídio de refeição para 7,30 euros, com pagamento exclusivo em cartão refeição.

A empresa salienta ainda que o acordo, que depois acabou por ser rejeitado pelos trabalhadores, previa também o pagamento de um subsídio de segunda refeição de 7,96 euros e um subsídio de refeição para trabalhadores deslocados de 8,60 euros.

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Confrontada com o comunicado da TST, que refere ter havido um acordo prévio entre a empresa e os sindicatos, Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), disse à agência Lusa que a “decisão final é sempre dos trabalhadores, que acabaram por rejeitar esse acordo”.

“Considerando que se tratava de uma proposta final, que a empresa assumiu como sendo a sua última proposta, a partir daí já não havia mais nada a negociar. E o que fizemos foi levar essa proposta aos trabalhadores, que são soberanos na sua decisão”, frisou Sara Gligó.

Ainda segundo a sindicalista, “os trabalhadores consideram que a última proposta da empresa não lhes serve e solicitam um aumento nominal de 80 euros e um subsídio de refeição aproximado dos 9,60 euros”.

Sara Gligó adiantou também que os sindicatos vão informar a empresa TST da contraproposta dos trabalhadores e que estão disponíveis para retomar o diálogo.

“Nós hoje vamos efetivamente informar a empresa de que os trabalhadores reiteram o dia de greve, reiteram as suas reivindicações, mas não fechamos a porta ao diálogo. Se a empresa considerar que ainda temos alguma hipótese de nos aproximarmos, obviamente que nós voltaremos a falar dos trabalhadores”, disse.