Era uma notícia de tal forma anunciada e sabida que, no fundo, tinha deixado de ser notícia. Ou melhor, nos últimos dias e semanas Kylian Mbappé ainda conseguiu ser notícia com Emmanuel Macron pelo meio mas por ter o presidente de França em movimentações para tentar assegurar que o avançado deixava de ser só um sonho impossível nos Jogos Olímpicos e se tornava numa bandeira do país e da organização (algo que não deverá mesmo acontecer). Ainda assim, tudo tem o seu tempo e o tempo era de confirmar algo que nem todo o tempo do mundo iria mudar: apenas uns dias depois de mais uma frustrante saída da Liga dos Campeões sem o tão desejado troféu europeu, o avançado anunciou que está de saída do PSG e que fará este domingo o último encontro pela formação gaulesa já campeã – no Parque dos Príncipes – frente ao Toulouse.
“Sempre disse que falaria quando chegasse o momento. Quero anunciar a todos que este será o meu último ano no PSG. Não vou prolongar o meu contrato e a minha aventura acaba por aqui nas próximas semanas. Vou jogar o meu último jogo no Parque dos Príncipes este domingo. São muitas emoções, muitos anos em que tivemos a sorte e a imensa honra de fazer parte do maior clube de França e um dos melhores do mundo que me permitiu chegar aqui, ter a minha primeira experiência num clube com muita pressão, crescer como jogador estando ao lado de alguns dos melhores da história e grandes campeões”, referiu.
“Conheci muitas pessoas e cresci como homem também com toda a glória e erros que também cometi. Em primeiro lugar, gostava de agradecer a todos os companheiros que tive. A todos os treinadores. Aos diretores desportivos. A todos os empregados do clube, aqueles que ninguém vê, pessoas na sombra, fisioterapeutas, pessoas do gabinete de performance, dos escritórios, do centro de treinos. São pessoas formidáveis que dão tudo por este clube e que merecem também todo o reconhecimento”, salientou na mesma mensagem.
“Nunca pensei que fosse tão difícil anunciar isto, deixar o meu país, França, a Ligue 1… Mas necessito disto, de um novo desafio depois de sete anos. É difícil e sem dúvida que quero agradecer acima de tudo a todos os adeptos. Sei que não sou o jogador que mais demonstra e nem sempre estive à altura do amor que foram demonstrando ao longo destes sete anos mas nunca quis enganar. Ninguém é indiferente ao PSG, é aquele clube que se ama ou odeia. Eu tomei a decisão de amar e fi-lo durante sete anos. Tive altos e baixos mas não me arrependo em nenhum momento de ter assinado por este clube que vou guardar para toda a minha vida. Fui eu durante sete anos, com as minhas qualidades e defeitos, a tentar apresentar a minha melhor versão durante estes sete anos. Estou agradecido para a vida”, rematou o avançado francês.
Está dado o primeiro passo que todos aguardavam para o fim de uma era no PSG e uma nova era no Real Madrid, o mais do que provável futuro destino de Kylian Mbappé. O avançado terá tudo acordado com o líder do clube, Florentino Pérez, num negócio que, embora tenha um jogador com a cartão na mão para assinar como estando livre, vai envolver muitos milhões entre prémios de assinatura e ordenado base (extra bónus por objetivos). Se em 2017 os merengues não quiseram aumentar a proposta feita ao Mónaco para garantir logo aí o avançado, vão receber o gaulês sete anos depois como principal símbolo de uma nova era no renovado Santiago Bernabéu, que pode ter espaço para outros figuras de proa do futebol mundial.