“A minha prioridade enquanto ministro da Defesa está nas pessoas, nos antigos combatentes e nos militares do presente a pensar no futuro”, disse Nuno Melo, que falava em Aveiro durante a cerimónia militar que marca o encerramento das comemorações do Dia da Marinha 2024.
Perante uma plateia de milhares de pessoas que assistiram à cerimónia, o ministro disse que no conselho superior militar, que decorreu recentemente, foi dado o primeiro passo para “a valorização salarial e justa dos militares portugueses assente no principio de equiparação com outras dimensões de soberania a concretizar com a maior brevidade possível”.
O governante também espera que com a maior brevidade possível seja dada “mais alguma justiça que é obrigatória, mas a possível, aos antigos combatentes”.
Nuno Melo assumiu ainda que a defesa nacional é uma prioridade para este Governo, assegurando que, apesar dos constrangimentos orçamentais, irá procurar dar resposta aos desafios que se colocam.
“Quero assegurar-lhes que, com respeito pelas possibilidades orçamentais, procuraremos as respostas possíveis que permitam a dignificação das forças armadas, a valorização dos antigos combatentes, a atualização dos incentivos ao recrutamento e retenção dos militares, a capacitação produtiva e tecnológica da indústria e a modernização e adequação dos equipamentos e das instalações”, disse.
Na mesma cerimónia, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo, disse ter conhecimento do “árduo trabalho” que o Governo está a realizar para encontrar “a situação retributiva que corresponda ao justo equilíbrio entre a disponibilidade, as competências e as exigências da condição militar de quem serve no mar”.
O almirante Gouveia e Melo fez ainda um balanço dos três anos do seu comando, que está a chegar ao fim, assinalando que foram implementadas “muitas alterações na área do pessoal, do material, das finanças e nas operações para capacitar a Marinha para este século”.
“Foram três anos a transformar a Marinha”, disse Gouveia e Melo, destacando o investimento feito para renovar a esquadra com 17 novos navios, que vão tornar a Marinha portuguesa “verdadeiramente significativa” para ser “os agentes do Estado no mar”.
No entanto, o almirante avisou que, para manter a sua operacionalidade, a Marinha necessita que se encontre uma solução a curto prazo que “resolva as limitações do arsenal do Alfeite SA criadas na manutenção da esquadra”.
“Nós estamos prontos para fazer todos os esforços necessários para que essa solução seja implementada rapidamente”, disse.
No seu discurso, Gouveia e Melo referiu ainda que em 2023, os navios da Marinha portuguesa estiveram 4.946 dias empenhados em missão e percorreram o equivalente a cerca de 11 voltas ao mundo, um valor que o almirante considerou ser excecional para “uma Marinha da (…) dimensão” de Portugal.
A cerimónia incluiu o desfile das forças em parada, com a presença de mais de 500 militares, e a demonstração naval com a simulação diversas ações que levaram ao Cais da Fonte Nova milhares de pessoas.
O Dia da Marinha é uma iniciativa nacional que este ano decorreu em Aveiro integrada no programa de Aveiro Capital Nacional da Cultura 2024.
O programa contou com um conjunto de atividades ao longo de vários dias, incluindo demonstrações de táticas militares ou de ‘drones’ e visitas ao Navio-Escola Sagres, que, pela primeira vez nos seus 87 anos de existência, está atracado no Cais do Sal.