O historiador de arte Alexandre Pais vai ser o próximo presidente da empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP), enquanto o investigador João Soalheiro vai dirigir o instituto público Património Cultural, anunciou esta terça-feira o Ministério da Cultura.

Em comunicado, o ministério liderado por Dalila Rodrigues revelou que Alexandre Pais, historiador de arte e atual diretor do Museu Nacional do Azulejo, vai suceder a Pedro Sobrado, que volta assim ao cargo que deixou em outubro, enquanto presidente do conselho de administração do Teatro Nacional São João, no Porto.

Por seu lado, João Soalheiro vai suceder ao arquiteto João Carlos dos Santos no Património Cultural, cessando também funções a vice-presidente Laura Castro.

No mesmo comunicado, o Ministério da Cultura anunciou ainda que Margarida Donas Botto, especialista em recuperação do património, vai assumir o cargo de diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, em Lisboa, vago desde que Dalila Rodrigues tomou posse como ministra da Cultura, em abril.

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Pedro Sobrado e João Carlos dos Santos tinham sido nomeados em setembro do ano passado pelo anterior Governo, concretizando a opção de remodelar a orgânica do património cultural português, repartindo as competências da antiga Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em duas: a empresa pública MMP, com sede em Lisboa, e o instituto público Património Cultural, com sede no Porto.

Alexandre Nobre Pais, doutorado em artes decorativas pela Universidade Católica Portuguesa, em 2012, e mestre pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1999, é diretor do Museu Nacional do Azulejo desde 2021.

João Soalheiro é doutorando em Letras, área de História Medieval, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa, tendo sido diretor da Direção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo e subdiretor-geral da Direção-Geral do Património Cultural.

Por seu turno, a nova diretora do Mosteiro dos Jerónimos, Margarida Donas Botto, que exerce atualmente funções como técnica superior na MMP, é mestre em recuperação do património arquitetónico e paisagístico, licenciada em História, variante em arqueologia, pela Universidade de Coimbra.

As passagens de João Carlos dos Santos e Pedro Sobrado pela liderança do instituo do Património Cultural e da MMP ficaram marcadas pela polémica saída de Portugal do quadro “Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira (1768-1837), contrariando pareceres de especialistas, e criticada por organizações ligadas ao património.

A obra, que o Estado ainda tentou comprar sem êxito, acabou por ser adquirida pela Fundação Livraria Lello, que a expos ao público a 18 de maio no Mosteiro de Leça do Balio, em Matosinhos, e irá para a exposição de longa duração do Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, a partir de 1 de junho, na sequência da assinatura de um memorando entre o Estado e a fundação, através da MMP.

A MMP, segundo o decreto-lei da sua criação, tem como objetivos a “gestão dos museus, monumentos e palácios nacionais, a execução da política museológica nacional e a proteção, conservação e restauro, proteção, investigação e valorização das coleções nacionais e do património cultural móvel”.

Na tutela da MMP estão também o curador da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, a Comissão para a Aquisição de Arte Contemporânea e a Comissão para a Aquisição de Bens Culturais para os Museus e Palácios Nacionais.

O instituto público Património Cultural ficou responsável sobre tudo o que esteja relacionado com a gestão e salvaguarda do património cultural classificado ou em vias de classificação, com a sua classificação, a gestão do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, o Laboratório de Arqueociências, o Forte de Sacavém, as Bibliotecas e os Arquivos de Arqueologia.

No total, há ainda cerca de quatro dezenas de monumentos, conjuntos e sítios que ficarão afetos a este instituto público e que estavam sob a alçada da DGPC e das direções regionais de cultura, entre igrejas, conventos, mosteiros, templos, sés e sítios arqueológicos.