Chegou a parecer um encontro sem história, tornou-se um encontro que podia ter conhecido outra história. Mal comparado, porque cada duelo teve o seu contexto, aquilo que tinha acontecido ao Sporting nas meias da Liga Europeia aconteceu na passada quinta-feira ao FC Porto: beneficiava de um jogo controlado, tinha essa vantagem de ver o adversário com nove faltas mas dois golos num minuto ainda fizeram tremer o triunfo dos azuis e brancos, que só nos últimos instantes respiraram de alívio com o 4-2. Agora, no Pavilhão João Rocha, a pressão recaía sobretudo nos leões, que podiam ficar à beira da eliminação da final do Campeonato em caso de derrota. No entanto, era ainda da última partida que se falava e refletia para o jogo 2 das meias.

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“A chave para a vitória será recuperarmos a nossa identidade em termos de intensidade defensiva e jogo direto. Neste segundo ponto, os jogadores têm de apostar nos duelos 1×1 e acreditar que podem vencê-los. Com um bom rendimento individual dos jogadores e personalidade, tanto nos jogos em nossa casa como no Dragão Arena, teremos possibilidades de passar esta eliminatória. Ele estão em vantagem, mas isto ainda não acabou. Se o Pavilhão João Rocha rugir, os jogadores acreditam mais e é mais fácil. Precisamos que nos ajudem para continuarmos a lutar pelo Campeonato. Tenho a certeza que vão estar presentes”, apontara Alejandro Domínguez, técnico leonino que se sagrou campeão europeu e está de saída no final da temporada.

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“Fizemos um grande jogo durante grande parte do tempo. Entrámos com muita intensidade, a empurrá-los para a defesa, a atacar bem como equipa e permitiu encontrar as vantagens. Não podemos relaxar um minuto mas soubemos sofrer e neste playoff é mesmo preciso saber sofrer. Vamos ter momentos em que vamos estar melhores, outros em que vamos estar piores, e o importante é saber lidar com todos os momentos. Foi isso que fizemos, soubemos lidar com isso enquanto equipa. As equipas adaptam-se uma à outra, na preparação vão rever o que correu bem e mal, e vai ser um jogo completamente distinto”, tinha também referido Carlo Di Benedetto, avançado italiano do FC Porto que ficou em branco no jogo 1.

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Em quatro clássicos entre leões e dragões na presente temporada, a equipa azul e branca levava vantagem no número de triunfos (dois, um na fase regular e outro no jogo 1 do playoff) mas pertencia ao conjunto leonino a vitória com maior impacto na época, nas meias-finais da Liga Europeia antes do terceiro título em cinco anos. Agora, imperou o espírito competitivo dos campeões europeus: o FC Porto esteve longe daquilo que consegue fazer, tendo apenas um momento por cima do jogo no início da segunda parte, mas o Sporting fez questão de puxar dos galões com golos em grandes combinações ofensivas para o clássico com resultado mais desequilibrado da época que empatou a eliminatória das meias-finais do Campeonato (1-1).

O encontro começou com os minutos iniciais a serem marcados pelo equilíbrio mas com a primeira hipótese flagrante de golo a pertencer ao FC Porto, com Rafa Bessa a ver cartão azul e Hélder Nunes a não aproveitar o livre direto frente a um Ângelo Girão ainda a recuperar de um problema no braço direito que lhe causava visíveis dores mas que não impediu que continuasse em campo (5′). A situação com o guarda-redes leonino fez mesmo com que existisse uma paragem na partida, altura aproveitada por Alejandro Domínguez para chegar os seus jogadores e abordar algo que não estava a sair: as transições ofensivas. Foi assim que o Sporting chegou pouco depois ao 2-0: Alessandro Verona inaugurou o marcador após uma recuperação de Nolito Romero com assistência de João Souto (8′) e o mesmo João Souto aumentou a vantagem numa jogada tirada a papel químico do 1-0 mas com a assistência final a pertencer então a Ferran Font (10′).

Ricardo Ares pedia uma reação ao FC Porto, que apesar de ter obrigado Ângelo Girão a duas grandes defesas continuava “adormecido” no encontro. O Sporting, percebendo isso, aproveitava o momento e chegou ao 3-0 já depois de Ferran Font ter falhado um livre direto (16′), com Facundo Bridge a ter uma grande iniciativa individual a descair para o lado direito antes de disparar um míssil sem hipóteses para Xavi Malián (17′). O intervalo chegava com os leões confortáveis na partida e os dragões muito longe do que podem fazer.

Era por isso que se esperava uma resposta forte do FC Porto na segunda parte mas acabou por ser o Sporting a aumentar ainda mais a vantagem, numa grande assistência de Verona para Ferran Font fazer o 4-0 à boca da baliza (28′). Ezequiel Mena, num bom trabalho na área antes do desvio a bater Girão, reduziu pouco depois (31′) mas era preciso mais para uma reentrada na partida como aconteceu nos cinco minutos finais dos leões no Dragão Arena e Mena continuou a dar o mote da retoma com a assistência para Carlo Di Benedetto marcar o 4-2 (34′). O golo seguinte teria grande importância no resto do encontro e, apesar das tentativas portistas, foi o Sporting que chegou ao 5-2 num desvio de Bridge na área após passe de Romero (42′). João Souto fez o 6-2 (44′) e Hélder Nunes fixou o 6-3 com o João Rocha em festa (49′).