O INEM reconheceu esta segunda-feira que houve momentos com chamadas em espera nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) devido ao aumento de contactos nos últimos dias e a um “défice significativo” dos técnicos que fazem esses atendimentos.

“O INEM confirma que tem recebido mais chamadas nos últimos dias, muitas das quais relacionadas com o calor“, adiantou à agência Lusa o instituto responsável por coordenar o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica em Portugal continental.

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A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) denunciou esta segunda-feira “graves constrangimentos” na resposta de socorro, com mais de 50 chamadas em espera e atrasos de atendimento de entre 10 e 15 minutos.

“Hoje, à semelhança de outras ocasiões, verificaram-se atrasos no atendimento na ordem dos 10 a 15 minutos. Verificaram-se graves constrangimentos de cerca de 50 chamadas em espera para serem atendidas, triadas, aconselhadas e despachadas”, alertou a associação em comunicado.

Na resposta, o INEM adiantou que o CODU tem “também recebido informação de diversos serviços de urgência hospitalares sobrelotados”, o que faz com que “existam mais chamadas das equipas no terreno para o CODU para referenciação hospitalar adequada dos doentes assistidos em ambiente pré-hospitalar”.

Além disso, “como é do conhecimento público, o INEM apresenta um défice significativo de profissionais da categoria de técnico de emergência pré-hospitalar (TEPH), que, entre outras funções, realizam o atendimento das chamadas e o acionamento e acompanhamento de meios nos CODU“, adiantou ainda o instituto.

Estes fatores levam a que se verifiquem “momentos com chamadas em espera nos CODU“, referiu o INEM, ao realçar que os cidadãos só devem ligar o Número Europeu de Emergência — 112 em situações graves ou de risco de vida.

“Em todas as outras situações não emergentes, o cidadão deve entrar em contacto com o SNS 24, através do número 808 24 24 24, para referenciação e aconselhamento adequados”, adiantou o instituto.

Os CODU do INEM são as centrais de emergência médica que coordenam e gerem um conjunto de meios de socorro — ambulâncias, viaturas médicas de emergência e reanimação, motos e helicópteros — que são selecionados com base na situação clínica das vítimas.

As chamadas efetuadas para o 112 são atendidas pela PSP e pela GNR e são canalizadas apenas para os CODU do INEM as relativas ao socorro na área da saúde.

Técnicos de emergência denunciam atrasos no atendimento de socorro com 50 chamadas em espera

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) denunciou esta segunda-feira “graves constrangimentos” na resposta de socorro, com mais de 50 chamadas em espera e atrasos de atendimento de entre 10 e 15 minutos.

“Hoje, à semelhança de outras ocasiões, verificaram-se atrasos no atendimento na ordem dos 10 a 15 minutos. Verificaram-se graves constrangimentos de cerca de 50 chamadas em espera para serem atendidas, triadas, aconselhadas e despachadas”, alertou a associação em comunicado.

Segundo a ANTEM, que tem denunciado “várias anomalias por parte da resposta da responsabilidade do INEM”, este tipo de atrasos “configura uma prática recorrente de mau serviço prestado ao cidadão, colocando a saúde dos portugueses em risco e, de igual modo, o direito à vida”.

No comunicado, a associação reiterou que deve ser criada uma comissão parlamentar de inquérito ao serviço de socorro prestado pelo instituto responsável por coordenar o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica em Portugal continental.

O pedido para que seja constituída uma comissão de inquérito para investigar as causas dos atrasos e as suas consequências tem sido recorrente, com a ANTEM, em 2023, a alertar que o modelo de socorro em funcionamento em Portugal “está esgotado, sem capacidade de responder adequadamente e condenado ao fracasso”.