Foi aquele tipo de jogo que os adeptos da modalidade passariam horas a ver pela qualidade, tornou-se aquele tipo de jogo que os treinadores passaram a ver pela “quantidade”. A quantidade de erros que foi estendendo a passadeira à equipa contrária para marcar, a quantidade de situações exploradas e a explorar no adversário, a quantidade de lances que poderiam ter outra avaliação. O jogo 1 da final da Liga foi um autêntico hino ao futsal sobretudo na primeira parte com oito golos repartidos entre as equipas mas terminou com a vitória do Sporting no Pavilhão João Rocha frente ao Sp. Braga. Agora, não sendo um encontro “decisivo”, teria 40 ou 50 minutos para definir o resto do caminho até ao título, entre a possibilidade de os leões ficarem a um triunfo do sucesso e a hipótese de os minhotos reabrirem por completo a discussão do Campeonato.

O primeiro Paçó rumo ao tetra: Sporting vence Sp. Braga no Jogo 1 com mais golos de sempre

“Vamos ter o jogo 1 como referência, de acordo com aquilo que fizemos, daquilo que conseguimos fazer e também daquilo que queremos corrigir e melhorar. Tenho a plena convicção que de forma muito concreta  identificámos os porquês do que aconteceu e estaremos mais e melhor preparados, num contexto onde jogar uma final exige de todos. Esta superação, esta capacidade de sacrifício, esta resiliência e também muita qualidade que é o que nós vamos querer ter e impor, para irmos à procura do que mais queremos e do único objetivo: ganhar. Esperemos que, com o apoio dos nossos adeptos, possamos ir à procura daquilo que queremos, que é empatar a eliminatória e continuar na luta”, adiantara Joel Rocha, técnico dos minhotos.

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“O Sp. Braga marcou quatro golos mas só num deles foi bem sucedido porque o Fábio Cecílio conseguiu roubar a bola ao Taynan. Os outros três foram golos que não podemos sofrer, até esse era evitável. Ainda assim, acabámos por marcar oito golos e demos uma resposta muito positiva, com uma segunda parte mais estável e consistente. Não entregámos nada e isso foi fundamental. O ambiente é de confiança, estamos conscientes de que uma vitória em Braga coloca tudo a nosso favor. Temos qualidade mas se não tivermos a entrega e o empenho que mostrámos na segunda parte do jogo 1 torna-se muito difícil. Temos de encarar este jogo como se a final estivesse 0-0″, salientara João Matos, experiente capitão dos leões.

Até ao início da final, o Sporting não tinha ainda conseguido qualquer vitória diante do Sp. Braga, entre o empate nos últimos instantes na primeira jornada da fase regular em casa e as derrotas no início da segunda volta no Minho e na final da Taça de Portugal. Agora, somou o segundo triunfo em dois jogos. E se a partida em Lisboa foi marcada pela autêntica chuva de golos, a de Braga teve uma autêntica seca que deixou a equipa minhota a cumprir uma seca de 60 minutos sem marcar que deixa os leões a um triunfo do tetra.

A partida começou com naturais cuidados defensivos de ambas as equipas, ainda cientes daquele arranque de final no Pavilhão João Rocha com oito golos até ao intervalo que foram um recorde que os treinadores nunca acham interessantes na sua ótica. Ainda assim, foi o Sporting que teve uma entrada mais expedita no plano ofensivo, com Dudu a evitar o golo de Pany Varela e Sokolov a inaugurar o marcador depois de uma grande jogada de Tomás Paçó a deixar dois adversários pelo caminho por uma única finta (6′). Tiago Sousa desperdiçou o empate num desvio isolado na área que passou ao lado mas eram os leões que iam mostrando um maior conforto na partida e Bebé tirou em cima da linha o bis a Sokolov após uma iniciativa individual de Pany Varela na ala. As situações 1×1 estavam a cair quase sempre para o lado da formação verde e branca.

Seria essa a toada da partida até ao intervalo. Fábio Cecílio ainda teve um remate que saiu perto do poste da baliza de Henrique mas o Sporting continuava a gerir da melhor forma a curta vantagem, aproveitando ainda a quinta falta dos minhotos a quase três minutos do descanso que obrigava a uma defesa com menos “pé” dos visitados perante a margem de risco mais pequena na abordagens dos lances. Dudu, com uma intervenção atenta a remate após diagonal de Alex Merlim, evitou o segundo golo da formação verde e branca. Se no jogo 1 os ataques e a eficácia tinham “esmagado” as defesas, aqui eram as defesas a “engolir” os ataques.

O segundo tempo começou a todo o gás e com mais perigo junto das duas balizas, com Alex Merlim a atirar às malhas laterais antes de dois remates de Fábio Cecílio bem travados por Henrique. Os minutos passavam com o Sp. Braga a tentar apertar a malha mas com o Sporting a conseguir de quando em vez soltar-se para criar perigo para Dudu, que travou o 2-0 a Taynan, Tomás Paçó e Zicky Té nos dez minutos finais antes do vermelho a Pany Varela, que dava uma oportunidade de ouro ao Sp. Braga para empatar com mais um em campo. Bebé ainda acertou no poste com João Matos a desviar (35′) mas os leões resistiram à desvantagem numérica e fecharam o jogo no 5×4 com Wesley a fazer o 2-0 final a dez segundos do final.