As estatísticas mostravam que parecia não haver volta a dar, a própria história dos encontros apontava nesse sentido. Ao longo de três encontros da final da NBA, já se viveram várias realidades mas sempre com um fim igual. Quando os Boston Celtics entravam melhor, ganhavam. Quando a partida começava mais equilibrada, ganhavam. Quando os Dallas Mavericks começavam a todo o gás, ganhavam. Foi assim que a melhor equipa da fase regular da NBA ganhou uma vantagem de 3-0 que nunca em 75 anos de história tinha sido revertida, foi assim que Luka Doncic e companhia foram apagando aquela chama de competitividade que fez com que eliminassem três equipas em melhor lugar na conferência Oeste. Agora, surgia o primeiro match point.

Boston Celtics vencem em Dallas e ficam a um triunfo do 18.º título da NBA (sendo que nunca ninguém virou de 0-3 para 4-3)

Mais uma vez sem Porzingis, que se lesionou no jogo 2 depois de ter regressado de uma forma fantástica no arranque da final, a 100%, os Celtics tentavam fechar a série e carimbar um feito histórico de se tornarem de novo a equipa com mais títulos da NBA, superando os Los Angeles Lakers (18-17). Podia acontecer já, podia ficar adiado para o jogo 5. Uma coisa estava “certa”: a formação de Boston acabaria por ganhar e Neemias Queta iria ter a oportunidade de tornar-se o primeiro português de sempre não só a jogar na principal liga norte-americana mas também a sagrar-se campeão. Antes da decisão, numa fase em que tem ficado no banco sem oportunidade de somar minutos diante dos Dallas Mavericks, deu uma entrevista à ESPN Brasil.

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Doncic leva tudo às costas mas não faz milagres: Celtics vencem jogo 2 frente aos Mavericks e Neemias Queta fica mais perto do título da NBA

“Sabendo que estamos muito perto de ganhar, tem vindo a ser enfatizado pelo Joe [Mazzulla] que não podemos deixar que a meta final seja algo que nos deixe mover de forma diferente. Temos vindo a fazer um bom trabalho, ganhámos os três jogos de maneira boa mas temos muito a melhorar, não jogámos ainda o nosso melhor jogo e eles vão aparecer aqui ainda com mais energia. Temos de saber lidar com isso. Português na NBA? É muito importante carregar o nome e a bandeira de Portugal, estar neste palco e ser um dos pioneiros. É uma experiência muito enriquecedora para mim”, salientou o poste nacional, que terminou em grande a fase regular mas ainda não tinha somado minutos nesta final com os Mavericks.

Porzingis e o conceito do “jogo espectáculo” para Pep Guardiola ver: Boston Celtics vencem Dallas Mavericks no jogo 1 da final da NBA

“O Joe [Mazzulla] gosta de mostrar muitos desportos, já teve vídeos em que mostrou ténis, boxe, futebol, etc. Mas é à base do contexto. Agora tem vindo a mostrar vídeos de lutas, a dizer que quanto mais perto estamos de dar KO, mais perto estás de levar tu o KO. No futebol, mostra vídeos de como o Manchester City joga e passa a bola, a rapidez com que joga e marca como equipa. Percebemos todos o que quer implementar para nós. Futebol? Joguei na rua sempre, tentei no clube e não deu certo”, contou ainda o internacional português, entre outras preferências individuais e coletivas como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva, Hakeem Olajuwon, José Mourinho, Carlo Ancelotti ou a referência nacional Carlos Andrade.

Pelas piores razões em termos desportivos, esta acabou por ser a noite de Neemias Queta. Ainda à espera dos primeiros minutos na final da NBA, que nem mesmo num jogo 1 resolvido há muito acabaram por aparecer, o português foi mesmo chamado por Joe Mazzulla para fazer 5.25 minutos do jogo 4 com dois pontos marcados no único lançamento em que marcou e com a particularidade de ter sido o melhor período da equipa quando entrou em campo com Jordan Walsh, com sete pontos a mais dos Boston Celtics em relação aos Dallas Mavericks. No entanto, essa aposta também aconteceu porque tudo estava há muito decidido, num encontro completamente atípico em que o conjunto do Texas conseguiu marcar o “ponto de honra”.

Com muitos adeptos dos Celtics vestidos de verde e espalhados pelo pavilhão à espera da possibilidade de festa do título, o encontro até começou equilibrado e com a equipa de Boston com curtas vantagens. Todavia, o final do primeiro período, com vários triplos seguidos, seria fatídico para a equipa de Joe Mazzulla, que saiu a perder por 13 pontos no final do primeiro período (34-21). Os Mavericks tinham 12 minutos para aguentarem a vantagem até ao intervalo, fizeram muito mais do que isso: com os Celtics desligados da ficha por completo, Dallas continuou ligado à corrente e chegou ao descanso a ganhar por 61-35, caminhando para um triunfo fácil por quase 40 pontos no final (122-84). Luka Doncic (29 pontos) e Kyrie Irving (21) foram os melhores jogando pouco mais do que 30 minutos, com Jayson Tatum a ser o menos mau dos Celtics (15) que fecharam o encontro uma percentagem demasiado baixa de 36,2% de eficácia.