O eGames Lab, consórcio de 22 entidades, financiado pelo PRR, que pretende criar um cluster para a indústria criativa de videojogos em Portugal, criou 112 postos de trabalho e investiu 29,9 milhões de euros.

“Já há resultados. Já levamos mais de um ano de trabalho. Os parceiros estão muito satisfeitos com os resultados obtidos até agora. Parece-me que o líder do projeto, a Wowsystems, pode congratular-se com a sua audácia de liderar um projeto desta ordem de grandeza“, afirmou, em declarações à Lusa, Pedro Cota, da Solvit, uma das 14 empresas do consórcio.

Os resultados já alcançados pelo consórcio vão ser apresentados no primeiro encontro do eGames Lab vai decorrer, na segunda-feira, no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov), onde estão sediadas duas empresas, a Solvit e a Redcatpig.

Segundo o consórcio, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), desde que foi lançado, o projeto já criou 112 postos de trabalho, incluindo 10 nos Açores, e investiu 29,9 milhões de euros, 60% dos quais em atividades de investigação científica e desenvolvimento tecnológico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O primeiro jogo, Waste Rush, acabou de ser lançado e há vários em produção para lançamento internacional para PC, consolas e mobile.

Pedro Cota salientou que o eGamesLab tem permitido fixar talentos nesta área em Portugal e criar condições para que haja sustentabilidade na indústria dos videojogos, depois de o projeto terminar, em setembro de 2025.

“Muitas destas pessoas, depois de formadas, são aliciadas por empresas internacionais e a tentação de sair do país é muita. Esta agenda mobilizadora e este projeto vem trazer-nos a oportunidade de fixar cá gente, criar casuística, criar volume e preparar as empresas que estão envolvidas para o futuro”, apontou.

O empresário destacou ainda os esforços desenvolvidos pelos líderes do consórcio para criar um “fundo de investimento, através de instituições parceiras financeiras, que permita criar novos mecanismos de financiamento à indústria”.

“Não só mostra o empenho do consórcio na continuidade e sustentabilidade do projeto, como obviamente trará uma ferramenta de apoio aos parceiros, e não só, porque um dos objetivos do fundo que está a ser criado é o apoio a novas startups que surjam neste campo”, salientou.

A participação em feiras internacionais tem permitido “criar sinergias com operadores e entidades que já estão nesta área, já têm o seu mercado e know how“.

“Pretendemos não apenas desenvolver os parceiros, mas também todo o setor do gaming em Portugal. Acreditamos que com a visibilidade que está a ser criada nesta área e com as ferramentas que estão a ser criadas surjam novas empresas e que haja empreendedores que queiram desenvolver os seus produtos e lançar-se no mercado”, salientou.

Entre as parcerias já alcançadas, o consórcio destaca as estabelecidas com a Carnegie-Mellon Univesity, a IT Copenhagen University e a empresa da indústria do entretenimento ID&T.

Foram ainda estabelecidos protocolos com a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, para promover a aproximação de projetos entre o meio empresarial e o académico.

O consórcio é composto por 22 entidades, incluindo 14 empresas, mas nem todas estão diretamente ligadas aos videojogos, como é o caso da Solvit, que desenvolve trabalho na área da engenharia e das telecomunicações.

“Grande parte dos jogos já não corre nos telemóveis ou nos computadores que as pessoas estão a utilizar, mas num servidor web à distância. O nosso papel é otimizar essas ligações entre o terminal e o servidor, de modo a permitir uma melhor usabilidade dos jogos”, explicou Pedro Cota.