O mercado de transferências é sobretudo um ponto alto no futebol, tem os seus dias de loucura na NBA, vai sendo feito de forma mais discreta noutras modalidades de pavilhão como o andebol, o futsal ou o voleibol. É aquele momento em que a linha entre o que existe e o que pode ser se torna mais ténue, com a margem para sonhar com algo mais a aumentar de forma exponencial. Nos desportos motorizados, com o passar do tempo, também começou a haver quase esse tal “mercado de transferências”. Viu-se isso na Fórmula 1 a partir do momento em que Lewis Hamilton anunciou com quase um ano de antecedência que iria trocar a Mercedes pela Ferrari, tem-se visto isso no MotoGP sobretudo nas últimas duas/três épocas. Ainda assim, nada que se possa comparar a tudo o que tem acontecido nos derradeiros meses numa autêntica dança de lugares.

Mais uma corrida contra si próprio (e o companheiro de equipa): Miguel Oliveira termina Grande Prémio de Itália no 14.º lugar

Olhemos para o que se vai passar em 2025, tudo com alterações já confirmadas. Na Ducati de fábrica, Marc Márquez vai para o lugar de Jorge Martín e Fermín Aldeguer também está confirmado na equipa na Gresini ou da VR46. Na Honda, Ai Ogura vai render Nakagami na LCR. Na KTM, a equipa de fábrica terá Pedro Acosta no lugar de Jack Miller, ao passo que a Tech3 troca Acosta e Augusto Fernández por Enea Bastianini e Maverick Viñales. Na Pramac, que passa para a Yamaha, está tudo em aberto. Na Aprilia, as mudanças com mais peso: saem Viñales e Aleix Espargaró, entram Jorge Martín e Marco Bezzecchi. No meio de tudo isto, como ficará Miguel Oliveira?  Ninguém sabe ao certo e o futuro promete continuar a ser um “tabu”.

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“Estou a falar com outras marcas para ver se me encaixo nos seus projetos, veremos…”, comentou de forma lacónica o português na conferência de imprensa antes do fim de semana do Grande Prémio dos Países Baixos, que marca o regresso do Mundial de MotoGP após uma paragem de quase um mês. Já sobre todos os elogios do CEO Massimo Rivola, mais algumas palavras. “Ele disse-me o mesmo, que seria uma pena perder-me. Por variados fatores não chegámos a um acordo mais cedo. Por causa dos resultados o ano passado, as lesões, o início desta época ter sido tão difícil com a nova moto… Disse que seria muito triste perder-me mas não está nas mãos da Aprilia, será com a Trackhouse. Nada está decidido, portanto vamos ver e esperar se nas próximas semanas temos algo mais para dizer”, apontou o piloto nacional a esse propósito.

À semelhança do que aconteceu há dois anos, quando foi apontado a várias equipas antes de rumar depois da KTM para a Aprilia, começam a desenvolver-se cenários entre a possibilidade de ficar na Trackhouse ou essa hipótese de rumar a outro conjunto como a Pramac, que passará a trabalhar com a Honda. Enquanto não chega uma decisão, a prioridade de Miguel Oliveira era outra: melhorar resultados. E era em Assen que tinha início esse objetivo de corrigir o atual 15.º lugar na classificação do Mundial, a 20 pontos do top 10 e a um do companheiro de equipa Raúl Fernández. “Normalmente é uma boa pista para a Aprilia. No ano passado pilotei com metade do corpo porque ainda estava lesionado no ombro e fui rápido à mesma, portanto vamos ver o que acontece. Chego com a mente aberta, o meu objetivo é chegar ao top dez e tentar trabalhar um pouco mais no ritmo, para estar mais confortável na corrida”, comentara esta quinta-feira.

Miguel Oliveira espera bom resultado no GP dos Países Baixos

A primeira sessão de treinos livres comprovou isso mesmo mas sem que o português conseguisse ter o ritmo dos restantes pilotos da Aprilia. Raúl Fernández terminou na terceira posição com 1.32,501, apenas trás de Pecco Bagnaia (1.32,401) e Marc Márquez (1.32,466), Maverick Viñales e Aleix Espargaró foram quinto e sexto classificados (1.32,678 e 1.32,688), Miguel Oliveira não foi além do 13.º registo com 1.33,094. Agora, na sessão vespertina, a meta passava por perceber o que podia ser melhorado no desempenho para cortar essa pequena diferença para as motas mais à frente e voltar a conseguir uma passagem direta à Q2.

Havia pelo menos essa esperança de melhorar, as coisas acabaram por não correr inicialmente da melhor forma. Com Bagnaia e Márquez quase sempre na frente como os mais rápidos, as Aprilia foram-se mantendo no top 10 apesar de alguns problemas sentidos por Aleix Espargaró, Raúl Fernández andou também no grupo da frente mas Miguel Oliveira nunca conseguiu chegar a esses postos, andando em 17.º/18.º até melhorar de novo para 13.º mas com uma diferença bem maior em relação a Pecco Bagnaia. Chegavam os derradeiros minutos e um filme já antes visto: Enea Bastianini caiu, apareceu depois a bandeira amarela a cancelar algumas voltas rápidas e não houve margem para melhorias, com o português a ficar no fim com o 16.º posto.

Em atualização