A extensão da Linha Amarela do Metro do Porto entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, foi inaugurada esta sexta-feira na nova estação Manuel Leão, e contará com viagens gratuitas neste dia e no fim-de-semana.

“Vamos convidar os cidadãos da Área Metropolitana do Porto [AMP] a visitarem esta estação [Manuel Leão], a estação do Hospital Santos Silva, o viaduto, e nós iremos oferecer à população, será de acesso livre e gratuito a viagem de metro entre a estação de Santo Ovídio e a estação de Vila d’Este”, bem como o regresso, disse esta sexta-feira aos jornalistas o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga.

A gratuitidade das viagens inicia-se já esta sexta-feira, com o arranque da operação comercial durante a tarde, e o serviço passa a ser pago a partir de segunda-feira, segundo a transportadora.

O responsável falava após a cerimónia de inauguração da extensão da Linha Amarela e Vila d’Este, que decorreu esta manhã na estação subterrânea de Manuel Leão, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).

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No seu discurso, o presidente da transportadora vincou que a extensão que compreende as estações de Manuel Leão, Hospital Santos Silva e Vila d’Este trará, por ano, “mais 950 mil quilómetros produzidos comercialmente, com um potencial gerador de procura que ascende a 4,5 milhões de passageiros anuais, mais 18 mil validações diárias”.

Em termos ambientais, o investimento de 206,4 milhões de euros representa um “potencial de emissões [de dióxido de carbono] evitadas de 2.300 toneladas/ano, pela redução diária de 3.800 utilizações do transporte individual”, apontou.

Pelo Governo, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, disse que a extensão da linha “é muito superior aos quilómetros” que tem, representando “dignidade, mobilidade, poupança de tempo em deslocações, que pode ser aproveitado pela família, com os amigos”, numa melhoria da “qualidade de vida” para uma zona em que os cerca de 17 mil habitantes “dependiam do automóvel e dos autocarros, que muitas vezes têm problemas”, assinalou.

A governante assinalou ainda, tendo em conta que o projeto foi decidido pelo anterior Governo do PS, não ter “qualquer dificuldade em reconhecer o mérito” da iniciativa dos antecessores, pretendendo o Governo da AD (PSD/CDS-PP/PPM) “multiplicar exemplos como este por todo o país”.

Também o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou que o atual executivo não tem “qualquer pejo” em inaugurar uma obra iniciada por outro Governo, sem uma “perspetiva maniqueísta da vida” em que seria necessário “refazer tudo aquilo que veio de trás”.

“Colocamos, acima de tudo, o interesse dos portugueses e a capacidade dos nossos concidadãos implementarem os seus projetos de felicidade”, afirmou o governante com a tutela dos transportes.

Nesse campo, afirmou que o que o atual Governo mudou foi “olhar para estes problemas de forma integrada”, considerando que foi “saudável” juntar no mesmo ministério “a visão da mobilidade e a visão da habitação”.

Já o presidente da Câmara de Gaia e da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, falou de uma obra que passou do “mito” à realidade, num “momento de alegria para todos”.

“Quando a região Norte cresce, o país cresce. Quando a região Norte progride, o país progride. Este é um investimento que faz muito sentido”, e que foi decicido com base em critérios de “sustentabilidade financeira”.

Com uma extensão de mais de três quilómetros, a empreitada arrancou em 2021 e incluiu a construção de um viaduto de 420 metros entre Santo Ovídio e Manuel Leão (estação subterrânea), um túnel de um quilómetro até à estação Hospital Santos Silva e um Parque de Material e Oficinas (PMO).

Em Santo Ovídio, a atual estação da Linha Amarela vai ainda ter ligação pedonal à futura estação da Linha Rubi (Santo Ovídio – Casa da Música) e à futura estação ferroviária de Alta Velocidade, também em Santo Ovídio, cuja rotunda deverá ser transformada numa praça.