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A Polícia Judiciária fez esta quinta-feira buscas no âmbito da operação “Concerto”, que envolve Luís Bernardo e João Tocha, perante fortes suspeitas de favorecimento de empresas do setor da comunicação, publicidade, marketing digital e marketing político, por parte de diversas entidades públicas. Segundo comunicado, a operação policial visou a execução de 34 mandados de busca e apreensão, 10 buscas domiciliárias e 13 não domiciliárias em organismos públicos, e 11 buscas não domiciliárias em empresas, em Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra.
Em declarações ao Observador, Luís Bernardo afirmou que “o que se passou hoje foi uma diligência de recolha de informação, normal no âmbito de uma investigação judicial que abrange diversas entidades públicas e privadas”. E ressalvou: “Muitas delas nem sequer estão relacionadas com a minha atividade profissional ou da empresa que lidero.” O consultor disse-se “estupefacto” com o “conjunto de especulações, absurdas e fantasiosas, em alguns órgãos de comunicação social, que só podem resultar de motivações que não sejam a de informar”.
O Observador confirmou que Luís Bernardo não foi, até ao momento, constituído arguido. “Termino o dia na mesma situação em que o comecei e continuo totalmente disponível para colaborar com as autoridades”, garantiu.
Foram igualmente a ser realizadas buscas na Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), apurou o Observador. No local estiveram presentes seis elementos da Polícia Judiciária, a realizar diligências no departamento informático e financeiro da empresa municipal.
A Wonderlevel Partners, empresa de Luís Bernardo, confirmou, em comunicado, a realização de diligências na sua sede, no âmbito de um inquérito que está em fase de investigação. A empresa garantiu estar a cooperar com as autoridades competentes.
Em causa estão factos suscetíveis de enquadrar a prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes (titulares de cargos políticos) e abuso de poder (regime geral).
Luís Bernardo é empresário e consultor e foi assessor de José Sócrates e mais tarde diretor de comunicação do Benfica. A notícia foi avançada pela CNN Portugal e pelo News Now. Em 2022, a revista Sábado noticiou a forma como as duas empresas ganhavam contratos para liderar a comunicação de entidades públicas por ajuste direto ou consulta prévia.
Segundo a PJ, as diligências realizadas visaram consolidar a indiciação de que, às empresas referenciadas pela investigação, terão sido adjudicados contratos, por ajuste direto ou por consulta prévia, em clara violação das regras aplicáveis à contratação pública, designadamente, dos princípios da concorrência e da prossecução do interesse público, causando elevado prejuízo ao Erário Público.
A CNN Portugal avançou que um dos casos de suspeita de viciação das regras da contratação pública dirá respeito ao Tribunal Constitucional, o Observador ainda não conseguiu confirmar a informação.