Depois de duas etapas para os homens mais rápidos do pelotão, as contas da geral ficaram reservadas para o contrarrelógio desta sexta-feira. Mark Cavendish (Astana) e Dylan Groenewegen (Jayco AlUla) foram os vencedores das etapas 5 e 6, que teve como principal protagonista Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck), pelos piores motivos. Tanto numa como na outra tirada, o ciclista belga foi pouco precavido nas suas trajetórias e por pouco não mandou Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) contra as barreiras. Contudo, depois de terem perdoado a primeira “falha”, os comissários não foram benevolentes na quinta-feira e desclassificaram Philipsen.

Dylan soltou o grito da vitória: Groenewegen vence no limite e regressa aos triunfos na Volta a França

“Claro que estou desapontado por ser desclassificado depois de uma etapa muito agitada. Quero pedir desculpas ao Wout van Aert. Eu não estava a tentar encurralá-lo ou forçá-lo a bater nas barreiras de propósito. Como todos os velocistas, sou super competitivo e quero ganhar todas as etapas de sprint, mas não a todo custo. Não há nível mais alto do que o Tour. Vou continuar a tentar ganhar o mais rápido e justo possível”, escreveu o belga no Instagram.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Com uma etapa talhada para os homens da geral e onde as diferenças no top 10 iriam aumentar, a grande questão para esta sétima etapa prendia-se com a UAE Team Emirates. Tadej Pogacar era o líder e um dos favoritos a vencer em Gevrey-Chambertin, contudo, a “guerra” entre João Almeida e Juan Ayuso prometia ter mais um capítulo, já depois de o espanhol ter “confrontado” o português via imprensa espanhola.

“Na equipa as coisas estão calmas, não há problemas. Sim, é verdade que às vezes esses gestos [de João Almeida] são desnecessários e ontem [terça-feira] foram desnecessários, mas é o que é”, partilhou Ayuso com o AS. Já o líder aproveitou também para serenar os ânimos, dizendo que “talvez o João tenha um ar de zangado”, embora “não” acreditasse “que estivesse” zangado.

Depois de a liderança ter passado por Mark Cavendish, Lenny Martínez (Groupama-FDJ), Stefan Bissegger (EF Education-EasyPost), entre outros, Kévin Vauquelin (Arkéa-B&B Hotels) foi o primeiro a baixar dos 30 minutos, sensivelmente a meio do contrarrelógio. Porém, a presença na cadeira da vitória durou pouco tempo, já que, por 76 centésimos, Victor Campenaerts (Lotto Dstny) superou o francês. O momento alto desta luta contra o cronómetro acabou por ser protagonizado por Julien Bernard (Lidl-Trek) que, perante uma grande falange de apoio, parou de pedalar para saudar a esposa, o filho e os fãs.

Já com os corredores da geral na estrada, Ben Healy (EF Education) ameaçou quebrar o tempo de Campenaerts, mas terminou a mais de sete segundos. Com os quatro canibais em ação, Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) acabou por entrar melhor e liderar no ponto intermédio 1 com dois segundos de vantagem para Pogacar. Por esta altura, João Almeida já estava virtualmente na sétima posição da geral.

No ponto intermédio 2, o campeão do mundo da especialidade continuou a mostrar toda a sua supremacia, ganhando dez segundos ao líder da geral. A tendência manteve-se no último ponto intermédio, com Evenepoel a ganhar seis segundos a Pogacar. Na aproximação à chegada, o belga sofreu um problema na desmultiplicação da bicicleta e acabou por perder alguns segundos. Contudo, na meta, esse incidente não teve qualquer implicação, com Remco a vencer a etapa, ganhando 12 segundos a Tadej. Roglic foi terceiro a 34 segundos e Vingegaard acabou em quarto, a 37 segundos.

Quanto à geral, os quatro mosqueteiros continuam a ocupar os primeiros lugares, embora Evenepoel esteja agora a 33 segundos de Pogacar. Segue-se o dinamarquês a 1.15 minutos e o esloveno da Red Bull, a 1.36 minutos. João Almeida foi um dos vencedores do dia, terminando no oitavo posto, a 57 segundos. Esse registo permitiu ao português subir ao sexto posto da geral e ficar a apenas um segundo do quinto lugar de Juan Ayuso, a 2.17 de Pogacar. Nélson Oliveira (Movistar) foi 16.º e manteve o 56.º lugar, ao passo que Rui Costa (EF Education) foi 67.º e subiu ao 48.º posto.