O presidente do governo dos Açores rejeitou esta sexta-feira “precipitações” na reconstrução do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) para evitar “negligências” e disse “confiar plenamente” na secretária da Saúde, a propósito da polémica sobre a origem do incêndio.

“A preocupação do governo é de máxima segurança para o tratamento dos doentes e para o retorno das capacidades. Nada pela negligência e precipitação das decisões. Faremos com a tranquilidade máxima. O que está em causa, verdadeiramente, são as pessoas e os doentes“, declarou José Manuel Bolieiro.

O líder do executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) falava aos jornalistas à margem do III Encontro Consular, que decorreu no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada.

José Manuel Bolieiro disse ainda “confiar plenamente” na secretária da Saúde Mónica Seidi, depois de na quinta-feira o autor do relatório técnico sobre as causas do incêndio no HDES, João Mota Vieira, em declarações à Antena 1, ter desmentido o executivo regional ao afirmar que o incidente não teve origem nas baterias de condensadores.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Relatório conclui que incêndio no hospital de Ponta Delgada teve origem nas baterias dos condensadores

“Eu confio plenamente na secretaria da Saúde, ela tem o meu total apoio. Eu acredito na sua idoneidade e se a idoneidade dela estiver a ser confrontada com a idoneidade de outrem, eu confio mais na idoneidade da minha secretária da saúde“, reforçou o líder regional.

O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, que deflagrou em 4 de maio e cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

José Manuel Bolieiro enalteceu ainda o “trabalho hercúleo” que o governo Regional está a realizar, agradecendo a todos os profissionais de saúde, e destacou que a retoma do hospital de Ponta Delgada está a ser realizada de acordo com o critério da segurança e sem “precipitação”.

“A solução política e de administração do HDES e todos os processos de inquérito, de investigação e de apuramento de responsabilidades serão feitos com a máxima transparência e a idoneidade plural de todas as instituições. Cada um no seu momento e na sua ação”, acrescentou.

O presidente do governo dos Açores rejeitou também que tenha existido falta de transparência ao longo do processo.

“Sou a favor da total transparência, a comunicação será feita sempre no sentido de dar conhecimento e informação. A prioridade máxima agora é tratar dos doentes, é dar com segurança os cuidados de saúde até quem deles necessita”, reforçou.

Esta sexta-feira, o governo açoriano já tinha anunciado a intenção de concluir o projeto de requalificação do HDES até final do ano e anunciou a criação de uma comissão independente para produzir um relatório “detalhado” sobre a origem incêndio.